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Líderes ocidentais temem que China seja a nova potência mundial após pandemia

De teoria da conspiração a suspeita real. Cada vez mais os líderes do mundo ocidental apontam a mira para a China e pedem explicações ao país asiático sobre a origem do covid-19.
 Reprodução
Donald Trump, com um discurso mais agressivo, e vários líderes europeus, entre eles Dominic Raab (Reino Unido), Emannuel Macron (França) e Angela Merkel (Alemanha), questionaram nos últimos dias a versão chinesa sobre a origem do novo coronavírus. Os líderes acusam o governo chinês de fugir da responsabilidade sobre a origem do vírus e usar a ajuda dada a países de todo o planeta como propaganda para elevar a China e submeter os países ocidentais.
“Esperamos que a China nos respeite, como ela deseja ser respeitada”, declarou na segunda-feira o ministro francês de Relações Exteriores, Jean-Yves Le Drian. “Nada pode voltar a ser como antes” enquanto a China não esclarecer de forma cabal tudo o que está relacionado com o vírus, observou na semana passada seu homólogo britânico, Dominic Raab, provisoriamente à frente do Governo enquanto o primeiro-ministro Boris Johnson se recupera da enfermidade.
Os líderes temem que os efeitos da pandemia alterem a ordem mundial. No início da crise o discurso era de cautela, mas atualmente as acusações e suposições são diárias. Josep Borrell, alto representante para a Política Externa da União Europeia, alertou em março para o que chamou de “política da generosidade” como arma de influência geopolítica na “batalha global das narrativas”.
As imagens de aviões chineses transportando material médico para a Europa enquanto os líderes da União Europeia fechavam as fronteiras entre eles marcaram as primeiras semanas da crise e enalteceram a imagem chinesa.
A tensão, no caso francês, chegou ao seu auge em 14 de março, quando Le Drian convocou o embaixador chinês em Paris, Lu Shaye, ao Quai d’Orsay (chancelaria), depois que o site da Embaixada da China publicou vários artigos anônimos acusando os Governos ocidentais de má gestão e atacando seus meios de comunicação. Le Drian denunciou as “calúnias” da embaixada. Uma das acusações formuladas pelos representantes do país asiático, depois retificada, dizia que “o pessoal encarregado dos cuidados nas Ehpads [siglas francesas para os asilos de idosos] abandonou seus postos da noite para o dia, desertou coletivamente, deixando seus residentes morrerem de fome e de doença”.
Oficialmente, o coronavírus causou a morte de 4.632 pessoas na China, de 20.265 na França, e de 16.509 no Reino Unido, segundo as últimas contagens. O contraste nas cifras alimenta as dúvidas.
“Claramente há coisas que ocorreram e que não sabemos”, disse na semana passada o presidente francês, Emmanuel Macron, ao jornal Financial Times. “Acredito que seja absolutamente necessário promover uma revisão aprofundada de todo o ocorrido, incluído a origem da eclosão da pandemia”, concordou Raab. “Deveremos fazer as perguntas mais duras, sobretudo, as que se referem a como surgiu toda esta crise e se não se poderia ter sido freada antes”, acrescentou.
"Pequim joga com a fragmentação da UE", disse Le Drian em uma entrevista ao Le Monde. O chefe da diplomacia francesa sustenta que "a pandemia é a continuação, por outros meios, da luta entre as potências" e "também a sistematização das relações de poder que se viam antes, com a exacerbação da rivalidade sino-americana. "A China se sente em condições de dizer um dia “eu sou a potência e a liderança", argumenta. E acrescenta: "Queremos que os Estados Unidos cumpram suas responsabilidades e mantenham um relacionamento de confiança com seus aliados".
Em outras palavras: a equidistância entre Washington e Pequim nunca existiu e agora menos do que nunca. "Há uma convergência transatlântica bastante forte na maneira como se percebe a China de Xi Jinping [o presidente chinês]. Há uma convergência de análises”, resume Duchâtel. "Os tons e as culturas políticas são diferentes, mas há uma base e reações comuns que às vezes são semelhantes.”
Com informações do El País

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