Na prevenção contra o coronavírus, o álcool em gel
virou grande aliado para a higienização das mãos e incorporou-se à rotina de
grande parte das pessoas. No entanto, o produto pode causar queimaduras, como
aconteceu com um jornalista de Santos, no litoral de São Paulo, na última
semana.
Ao chegar em casa, o
profissional de 46 anos lavou as mãos, passando o álcool em gel na sequência e
foi esquentar comida. No momento não percebeu que sua mão estava queimando, só
depois sentiu ardência e reparou a vermelhidão no local. Ao procurar um médico,
o especialista confirmou que a queimadura foi causada pelo uso do álcool e
aproximação do fogo em seguida.
O exemplo mostra que
depois de passar o produto nas mãos é preciso ter cuidado ao acender o fogão da
cozinha ou até um cigarro.
O presidente da
Sociedade Brasileira de Cirurgia da Mão (SBCM), João Baptista Gomes dos Santos,
explica que a mão representa 3% da superfície corporal total, mas seu
envolvimento em traumas graves, como queimaduras, pode levar a sequelas
funcionais graves. “A mão é mais suscetível ao traumatismo por queimadura,
porque geralmente está mais próxima do agente causador ou porque é utilizada
pelas vítimas na tentativa de se proteger no momento do acidente", relata.
Estudos
epidemiológicos já mostraram que a maioria das queimaduras grandes (mais de 25%
da superfície corporal queimada) tem uma ou ambas as mãos afetadas, atingindo
90% dos casos. "A queimadura é um trauma grave, com impactos sociais e
econômicos”, completa o especialista.
Cuidados com o álcool
O médico salienta que
o reforço na higiene deve continuar, mas em casa, o melhor é higienizar as mãos
lavando-as bem, com água e sabão, por, pelo menos, 20 segundos. “O álcool
em gel deve ser utilizado em lugares onde não é possível lavar as mãos, quando se
está fora de casa”, acrescenta.
A avaliação médica da
profundidade das queimaduras, principalmente se houver lesões profundas de
espessura parcial e total, deve ser realizada o mais cedo possível.
Tipos de queimaduras
As queimaduras de
primeiro grau envolvem danos apenas à epiderme, não mostram feridas abertas ou
bolhas, curam sem cicatrizes e não requerem tratamento cirúrgico.
As queimaduras de
segundo grau, em grau superficial, geralmente se recuperam com o cuidado local
em 10 a 14 dias. Lesões desse tipo apresentam bolhas e são dolorosas devido à
exposição das terminações nervosas na derme. Em grau profundo, as lesões
apresentam uma fase inflamatória de cicatrização prolongada, podendo resultar
em comprometimento funcional.
As queimaduras de
terceiro grau envolvem toda a espessura da epiderme, derme e tecido subcutâneo,
e as feridas não podem ser restauradas devido à perda total de anexos
epidérmicos e derme.
Por fim, as
queimaduras de quarto grau envolvem estruturas como músculos, tendões e ossos,
sendo lesões graves que requerem reconstruções elaboradas e, ocasionalmente,
amputações.
( com informação da Agência Brasil )
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