Alunos de um curso de formação de técnico em enfermagem do Centro
de Educação Polo, com sede no município de Jardim, na região sul do Ceará,
tiveram um prejuízo estimado em mais de R$ 50 mil reais em mensalidades pagas
durante 1 ano de funcionamento da turma na escola da rede estadual de ensino,
Padre Luís Filgueiras, no bairro Cruzeiro, Nova Olinda (CE).
Uma das vítimas, Carlos Brito, diz que a escola
estadual somente cedia o local para as aulas, mas que a escola não tinha
vínculo direto com a instituição acusada da fraude. Ele conta que assim que a
direção da escola foi informada pelos alunos sobre as suspeitas a direção da
instituição pública mandou interromper o uso das dependências da escola
estadual pelo Polo.
De acordo com 16 boletins de ocorrências
registrados na manhã desta segunda-feira (9) na sede da 19ª Delegacia Regional
de Polícia Civil em Crato, a turma foi vítima de estelionato com base em
investigação dos próprios alunos os quais já apresentaram denúncias junto ao
Ministério Público Estadual. Conforme o relato das vítimas o Centro de Educação
Polo que ofertava o curso técnico e enfermagem, na cidade de Nova Olinda, desde
fevereiro de 2019 sem autorização do Ministério da Educação (MEC) e sem o
reconhecimento do Conselho Regional de Enfermagem - COREN para disponibilizar o
referido curso. Por isso, conforme a denúncia, a instituição não está apta a
emitir o certificado de habilitação profissional correspondente ao curso
ofertado.
O caso
Na denúncia, os estudantes narram que após um
ano de aulas a instituição não se credenciou junto ao Hospital Regional do
Cariri – HRC para ofertar os 6 meses de estágio como havia se comprometido com
a turma, o fato levantou suspeitas de parte dos estudantes que ao investigar
por conta própria descobriu que na verdade o Centro de Educação Polo não era
credenciado para esse tipo de serviço que oferecia, a instituição buscava como
alternativa, ao final do curso, a emissão do diploma de formação profissional
pelo IEPB que é uma instituição de Educação Profissional, com matriz na cidade
de Campina Grande, Paraíba. Esta entidade tem cursos técnicos autorizados e
reconhecidos por Resoluções do Conselho Estadual de Educação da Paraíba e pelo
MEC, no entanto, procurada pelos estudantes do curso da Polo a IEPB afirmou que
não tem convênio com o Centro Polo e que mesmo se tivesse não poderia emitir
tais certificados uma vez que para a entidade emitir os certificados os
estudantes têm de passar por um curso presencial ofertado pela própria
instituição o que não é o caso.
Pelo menos 16 estudantes foram vítimas da
fraude. Eles compareciam a escola estadual todos os domingos das 8 às 14 horas
para estudar, após o início das investigações e o levantamento de suspeitas
sobre a fraude as aulas foram suspensas.
Os denunciados
Os alunos buscam a responsabilização criminal
por estelionato contra o diretor da instituição que se apresenta nos contratos
como Francisco Eugênio Pereira que seria funcionário público da prefeitura
municipal de Jardim (CE). A polícia também vai investigar a responsabilidade de
uma pessoa que se apresenta como enfermeiro, Carlos Cavalcante, de acordo com
as denúncias era o responsável por ministrar as aulas para a turma, bem como, a
pessoa de Flávio Marcílio identificado pelos alunos como coordenador do falso
curso. Além disso, os estudantes querem todo o dinheiro investido por eles de
volta com juros e correção monetária.
Nossa reportagem tentou contato com a
instituição de ensino através dos telefones informados em cópias de documentos
fornecidos pelos alunos, mas não conseguiu posicionamento do Polo sobre a
denúncia dos estudantes.
Fonte Ranilsonsilva.com
Fonte Ranilsonsilva.com
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