Com a
chegada das festas de fim de ano, é preciso redobrar a atenção para não se
tornar mais uma vítima de estelionatários. Há certos golpes que ocorrem o ano
inteiro, mas se intensificam no mês de dezembro. Isso porque grande parte dos
trabalhadores recebem o 13º salário e muitas empresas adiantam o salário do mês
de janeiro para antes do Natal. Com esse benefício, as pessoas movimentam o
comércio ao realizarem as compras de final de ano, momento propício para os
golpistas entrarem em ação. No Ceará, de janeiro até novembro deste ano, a
Polícia Civil já instaurou 1.016 inquéritos policiais para investigar crimes de
estelionato.
Delegacia Regional de Polícia Civil de Crato (Foto: Samuel Pinheiro/Blog Cariri) |
De acordo
com o delegado titular da DDF, Eduardo Tomé, nessa época do ano, as pessoas
tendem a ficar mais relaxadas e não ficam tão atento aos protocolos de
segurança. “O estelionatário se utiliza dessa falta de atenção do cidadão para
induzi-lo ao erro e executar seu crime”, explica. Entre os principais golpes
registrados nas delegacias, estão os “golpe do WhatsApp”, “ligações premiadas”,
“bilhete premiado” e “golpe do cartão”.
Principais
golpes
O golpe da
clonagem do WhatsApp consiste em um contato do criminoso com a pretensa vítima
via bate-papo. Geralmente, o criminoso envia um link para o aparelho celular da
vítima, fingindo ser de um site de compras ou de uma instituição financeira e,
ao clicar no link, a vítima tem seus dados clonados pelo estelionatário. Em
pouco tempo, a vítima tem seu WhatsApp bloqueado e o estelionatário passa a
usar o perfil da vítima. Dessa forma, ele entra em contato com a rede de
relacionamentos registrada no aplicativo, fingindo ser a vítima e pedindo
favores como empréstimos. Muitas pessoas, acreditando que estão falando com seu
amigo, transferem o pagamento solicitado sem buscar outra forma de conferir a
veracidade da mensagem.
Ao se
deparar com tal situação, é indicado entrar em contato com o amigo por meio de
uma ligação telefônica para confirmar se a solicitação procede e sempre ficar
atento com o recebimento de links suspeitos. Outra forma de evitar o golpe é
ativar a verificação em duas etapas, um mecanismo de segurança disponível no
WhatsApp. Assim, qualquer tentativa de verificação de um número de telefone no
aplicativo terá de ser acompanhada por um PIN (senha) de seis dígitos, criado
pelo usuário. Para a Polícia, essa é a melhor forma de se prevenir contra o
golpe.
Nas
“ligações premiadas”, os criminosos usam o nome de um programa de televisão de
grande audiência ou alguma rede varejista conhecida. Eles informam que a pessoa
foi premiada, que ganhou um carro ou dinheiro, mas para que a pessoa possa
resgatar o prêmio, ela precisa realizar um depósito em uma conta. Nenhuma
empresa distribui prêmios dessa forma, mas muitas pessoas ainda caem nesse
golpe. Para se proteger, o cidadão precisa tomar alguns cuidados, como obter
informações sobre a premiação e, em hipótese alguma, depositar o dinheiro.
Já o golpe do “bilhete premiado”
ganha força no final do ano, justamente numa época de muitos sorteios. Para
simular um bilhete premiado, o estelionatário pega o número já sorteado da
loteria e faz um jogo, obtendo comprovante, porém de um sorteio que ainda
ocorrerá. Ele aborda uma pessoa na lotérica, diz que está com o bilhete
premiado e, em seguida, pede um valor pelo bilhete.
No “golpe
do cartão”, o golpista se dirige até o caixa eletrônico oferecendo ajuda –
geralmente as vítimas são pessoas idosas ou com dificuldades no manuseio do
terminal bancário – e, após observar a senha da vítima, troca o seu cartão
bancário por um outro parecido sem a pessoa perceber. Depois, o criminoso volta
ao banco e realiza operação utilizando o verdadeiro cartão da vítima.
Cuidados
De forma
geral, o delegado da DDF, Eduardo Tomé alerta para que a população desconfie do
que parece ser muito vantajoso e busque se certificar em sites de apoio ao
consumidor sobre as empresas visadas. “Siga a regra dos três conselhos: Não
acredite em propostas mirabolantes, não seja ganancioso ou ingênuo e fique
atento sempre”, complementa Eduardo. A Polícia Civil do Estado do Ceará (PCCE)
orienta a população no sentido de registrar um Boletim de Ocorrência (B.O) caso
tenha sido alvo de algum dos golpes.
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