O mês de dezembro é dedicado à luta contra a Aids e a conscientização sobre
o tratamento do vírus HIV. Em Juazeiro, município mais populoso do Cariri, os
índices da doença são preocupantes.
De acordo com o Serviço de Atendimento Especializado (SAE),
de janeiro a outubro deste ano, foram descobertos 45 novos casos de HIV/Aids,
sendo 40 do próprio município e os demais de outras cidades.
A Regional de Saúde de Juazeiro do Norte acompanha 1.245
pacientes, inclusive de Barbalha, Caririaçu, Jardim, Granjeiro e Missão
Velha.
Portadora do vírus da Aids há mais de 20 anos, a técnica em
Enfermagem Zilma Ferreira transformou a dor do diagnóstico em força para
conseguir superar o preconceito e ajudar pessoas soropositivas que acabaram de
receber o diagnóstico.
“Através da minha experiência de vida, eu mostro a outras
pessoas que é possível ter qualidade de vida, desde que realize o tratamento
adequado. Além disso, sou militante da causa e participo de várias campanhas
educativas para mostrar a população que a prevenção é o melhor caminho para
combatermos esse vírus, que, infelizmente, vem se alastrando em nosso país.
Campanhas como o Dezembro Vermelho são fundamentais para o diagnóstico precoce
e prevenção”, diz Zilma Ferreira.
Ronildo Oliveira, um dos membros da Associação Caririense de
Luta contra a Aids, explica que o mês será cheio de atividades. “Nós realizamos
a abertura da campanha no domingo (1º), com o lançamento de mil balões
vermelhos e iluminação da estátua do Padre Cícero. Ao longo do mês, vamos
reforçar as ações em Saúde, com palestras e distribuição de preservativos.
Amanhã (04), realizaremos um encontro destinado a pessoas que vivem com HIV/
Aids e a entrega do Troféu Laço Vermelho”, salienta Ronildo Oliveira.
A coordenadora do Programa DST/Aids e Hepatites Virais de
Juazeiro do Norte, Arlene Bezerra, lembra que todas as pessoas que forem
diagnosticadas com HIV/ Aids podem procurar suporte na rede pública de Saúde.
“Nós contamos com uma rede multiprofissional, com psicólogo, ginecologista,
urologista, assistentes sociais e outros profissionais, que atendem os nossos
pacientes e garantem que eles tenham uma boa qualidade de vida, que hoje é
possível através do uso dos antirretrovirais. Os medicamentos estão cada vez
mais modernos, eficientes e são distribuídos de forma gratuita”,
finaliza.
Aids em números
Entre janeiro e novembro deste ano, no Ceará, já foram notificados 1.417 novos
casos de HIV e 559 casos novos de Aids. 132 óbitos relacionados já foram
confirmados. A maior prevalência foi para as faixas etárias de 15 a 49 anos de
idade. Apesar da categoria de maior exposição ao HIV ser heterossexual, outros
grupos, considerados pelo Ministério da Saúde como populações chave (gays,
homens que fazem sexo com homens, pessoas Trans, profissionais do sexo, pessoas
em privação de liberdade e usuários de álcool e outras drogas) também
apresentam crescimento anual no número de notificações. Jovens e adolescentes
na faixa etária de 15 a 29 anos também representam grupo de crescente exposição
e prevalência de infecção pelo vírus HIV.
O Brasil aderiu à meta recomendada pelo Programa Conjunto das
Nações Unidas sobre HIV/Aids (Unaisd). A partir da meta 90-90-90 até 2020,
busca-se que 90% das pessoas vivendo com HIV estejam diagnosticadas e que,
destas, 90% estejam em tratamento; e que deste grupo, 90% tenha carga viral
indetectável.
(Fonte: Jornal do Cariri)
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