A ação que
mirou ex-assessores do senador Flávio Bolsonaro, entre eles o ex-chefe de segurança
Fabrício Queiroz, tem como alvos parentes de Ana Cristina
Siqueira Valle, ex-mulher do presidente Jair Bolsonaro. Saiba mais sobre quem
foi visitado pela equipe do Ministério Público na manhã desta quarta-feira em
investigação sobre a prática de "rachadinha" em gabinete na
Assembleia Legislativa do Rio (Alerj).
Ana Cristina Siqueira Valle, ex-mulher de Jair Bolsonaro |
Ana Cristina Siqueira
Valle, ex-mulher
Ex-mulher do presidente
Jair Bolsonaro, ela tem nove parentes investigados pelo MP em caso que envolve
possível esquema de 'rachadinhas' no gabinete do filho do presidente. Todos
eles tiveram os sigilos fiscal e bancário quebrados a partir da decisão do
Tribunal de Justiça do Rio (TJ-RJ)
Ana Cristina, com quem
Bolsonaro viveu em união estável por dez anos, entre 1998 e 2008, foi a ponte
para que a família Siqueira Valle começasse a integrar a extensa lista de
funcionários do clã Bolsonaro, há cerca de 20 anos.
Entre 1998 e 2007,
surgiram nas listas de funcionários do gabinete de Bolsonaro os nomes de
integrantes da família Siqueira Valle. O primeiro foi o pai de Ana Cristina,
José Cândido Procópio Valle, nomeado em 1998. Em seguida, foi a vez de uma
prima, Juliana Siqueira Vargas, então estudante e agora funcionária da Caixa
Econômica Federal (CEF).
Dois anos depois, em
outubro de 2002, foram nomeadas a mãe de Ana Cristina, Henriqueta Guimarães
Siqueira Valle, e a irmã, Andrea Siqueira Valle. Nenhuma das duas completou o
ensino fundamental e ambas trabalharam boa parte da vida como donas de casa.
Andrea é fisiculturista, vai à academia duas vezes por dia e também vive de bicos
como manicure e faxineira.
Mais tarde, em 2006,
foram nomeados o irmão André Luiz Procópio Siqueira Valle, que é músico, e o
primo André Luiz de Siqueira Hudson, técnico em informática.
José Cândido Procópio da
Silva Valle, o ex-sogro
O vendedor aposentado
José Cândido Procópio da Silva Valle, de 76 anos, é pai de Ana Cristina Valle
e ex-sogro do presidente Jair Bolsonaro. Ele foi nomeado no gabinete de
Flávio em 2003. Lá, teve um salário bruto que chegou a R$ 6.322,28 em 2007. Ele
foi exonerado um ano depois. Durante todo o período jamais teve crachá da
Alerj.
Andrea Siqueira Valle, a
ex-cunhada
Irmã da ex-mulher de
Bolsonaro, a fisiculturista Andrea Siqueira Valle, de 47 anos, foi nomeada para
cargo em 2008 e por 9 anos jamais teve identificação funcional. Apenas em 2017
foi pedido um crachá da Alerj em seu nome. Nesse período, ela sempre viveu em
Resende. Tinha salário bruto de R$ 7.326,64, além de receber auxílio educação
de R$ 1.193,36.
Maria José Siqueira e
Silva, a tia
A professora aposentada
Maria José Siqueira e Silva, de 77 anos, também nunca teve crachá funcional da
Alerj, apesar de ter sido lotada no gabinete de Flávio de outubro de 2003 até
maio de 2012. Tia da ex-mulher do presidente, ela chegou a receber um salário
bruto de R$ 4.400,06.
Outros parentes de Ana
Cristina
Os primos Francisco
Diniz, Daniela Gomes, Juliana Vargas e Guilherme dos Santos Hudson e as tias
Ana Maria Siqueira Hudson e Marina Siqueira Diniz também foram alvos da
operação.
Fabrício Queiroz
Fabrício Queiroz,
ex-chefe da segurança de Flávio Bolsonaro, é investigado por suspeita de
praticar a chamada rachadinha - prática de devolução dos salários de
funcionários - no gabinete do então deputado estadual. Foi citado pelo Coaf por
movimentações financeiras suspeitas de R$ 1,2 milhão e teve o sigilos fiscal e
bancário quabrados. Oito assessores do ex-deputado estadual transferiram
recursos a Queiroz em datas próximas ao pagamento de servidores da Alerj.
Segundo o Coaf, Flávio recebeu 48 depósitos no valor de R$ 2 mil.
Márcia Aguiar
A mulher de Queiroz,
Marcia Aguiar, foi nomeada no gabinete de Flávio em 2007 e lá ficou até 2017,
com salário bruto de R$ 9.835,63. Mesmo lotada como consultora especial para
assuntos parlamentares, ela declarou-se "cabeleireira" em um processo
para a Defensoria Pública em 2008. Nunca teve crachá na Alerj.
Evelyn Mayara
Enteada de Queiroz,
Evelyn Mayara de Aguiar Gerbatim, foi nomeada para o cargo de assessora em
2017, na vaga da mãe, Márcia Aguiar. O pai de Evelyn, Márcio Gerbatim - que
também trabalhou no gabinete de Flávio - informou desconhecer que a filha tenha
trabalhado lá. Segundo ele, Evelyn cursava faculdade e trabalhava em uma
farmácia.
Fonte: O Globo
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