O segundo expediente da
sessão plenária da Assembleia Legislativa desta terça-feira (10/09) debateu a
conscientização e prevenção do suicídio e as ações do Setembro Amarelo. A
sessão especial foi solicitada pelo presidente da Frente Parlamentar em Defesa
da Saúde Mental e Combate à Depressão e ao Suicídio, deputado Evandro Leitão
(PDT).
“Os números de mortes
por suicídio no Ceará são alarmantes, por isso o Parlamento cearense vai
contribuir com trabalhos de sensibilização e informações sobre enfretamento”,
disse o parlamentar, enfatizando que o combate ao suicídio é necessário.
A secretária executiva
da Saúde Mental da Secretaria da Saúde do Estado (Sesa), Lisiane Cysne de
Medeiros Vasconcelos, salientou que a maioria das pessoas que cometem suicídio
sofrem de depressão e alcoolismo. Para a secretária, é preciso observar os fatores
de risco, além de conscientizar a população que suicídio não é diagnóstico, e
sim o desfecho fatal de uma doença não tratada. “A cada 40 segundos, uma pessoa
comete suicídio no mundo. Essa é a terceira maior causa de morte entre jovens
de 15 a 29 anos, e a maioria que recorre a essa prática está deprimida”,
afirmou.
Lisiane Cysne destacou
que, segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), apenas 25% das pessoas que
sofrem de depressão recebem tratamento adequado. “Um milhão e meio de pessoas
se suicidam no mundo por conta de uma doença mental não tratada”, assinalou.
A secretária parabenizou
ainda a Assembleia pela iniciativa de debater a prevenção do suicídio. “A nossa
sociedade constrange as pessoas que admitem estar deprimidas. É preciso não apenas
capacitar profissionais, mas também discutir esse tema e sensibilizar a
sociedade”, apontou.
O promotor de Justiça do
Ministério Público do Estado, Hugo Lucena de Mendonça, informou que 51% das
mortes violentas do mundo são em decorrência do suicídio. O Brasil é o 8° em
número de casos, e o Ceará, o 5°. “Os dados são alarmantes, e o Ministério
Público lançou um manifesto, dentro do projeto Vidas Preservadas, em prol de
políticas públicas concretas para combater o suicídio no estado”, adiantou.
O promotor apontou a
necessidade de fazer um Plano Estadual de Prevenção e Intervenção do Suicídio
no Estado e de garantir a implantação efetiva de uma rede de atenção
psicossocial. “O Ministério Público está trabalhando junto aos municípios
cearenses, incentivando que cada um faça seu Plano de Prevenção. Atualmente, 27
cidades já estão com planos elaborados, e vamos buscar ainda o Plano do Estado,
para fomentar cada vez mais as ações de combate”, ressaltou.
O representante do
Comando Geral do Corpo de Bombeiros Militar do Ceará, major Luis Paixão, frisou
que o trabalho de prevenção ao suicídio é feito também através da capacitação
dos profissionais e da realização de um atendimento humanizado. “O Corpo de
Bombeiros, além de intervir em situações extremas, utiliza a técnica de escuta
das pessoas. O diálogo é extremamente importante, e o Ceará presta um
atendimento humano e busca cada vez mais capacitar pessoas que lidam com essas
situações”, observou.
Além de parlamentares,
estavam presentes no debate representantes do projeto Vidas Preservadas;
Secretaria de Proteção Social, Justiça, Mulheres e Direitos Humanos; Secretaria
de Educação do Ceará e profissionais de saúde.
GM/AT
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