Preço da gasolina em Fortaleza
começou a subir depois que uma petrolífera foi atacada na Arábia Saudita.
O aumento do preço do
barril de petróleo no mercado internacional, em razão dos ataques às principais
refinarias de petróleo da Arábia Saudita no último sábado, 14, já começou a
refletir nos postos de combustíveis de Fortaleza. Três dias após o ocorrido, o
valor do litro da gasolina comum, que custava em média R$ 4,57, já chega a R$
4,69 em alguns estabelecimentos, conforme pesquisa feita pelo O POVO na tarde
desta terça-feira, 17.
A alta acontece apesar
de a Petrobras anunciar que não irá repassar o reajuste do mercado
internacional neste primeiro momento, o que mostra a antecipação dos donos de
postos de combustíveis. A tendência é que a gasolina fique ainda mais cara nos
próximos dias.
O consultor na área de
Petróleo, Gás e Energia, Bruno Iughetti, diz que os ataques geraram um impacto
significativo no mundo todo, pois os árabes cortaram em 50% sua produção. O
mercado da Arábia Saudita é responsável por 6% do consumo mundial de petróleo.
O barril teve aumento acumulado de 35% desde os ataques. Iughetti acredita que
a Petrobras deve manter o preço por, no máximo, uma semana. O reajuste,
projeta, deve ser de 10% para as distribuidoras e de 6% a 8% para os postos de
combustíveis.
"Esperamos que
esses efeitos internacionais façam-se notar no Brasil em reflexo da política de
preços da Petrobras, que leva em conta o preço do petróleo cru no mercado
internacional e a variação cambial. A estatal não conseguirá estocar o aumento
por muito tempo para que o valor não fique represado e quando o reajuste tiver
que ser repassado não seja extremamente elevado", analisa.
Sobre os aumentos de
preços já observados no mercado local, Iughetti diz que "não existe uma
lógica que seja atribuída ao petróleo da Arábia Saudita". "Não há
conotação de uma coisa com outra", mas entende que os empresários estão
antecipando um aumento, pois os preços do mercado internacional ainda não foram
absorvidos pela Petrobras. Não tem nada a ver uma coisa com a outra".
Até o fim da última
semana, o preço médio cobrado pelo litro da gasolina nos postos de combustíveis
era de R$ 4,57. Agora, já é possível encontrar por R$ 4,66, segundo dados da
Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP). Em
entrevista ao programa a Rádio O POVO CBN, o assessor econômico do Sindicato
das empresas revendedoras (Sindipostos), Antônio José Costa, disse que o
aumento de preços se deve aos impactos já sentidos pelos ataques aéreos contra
petrolíferas na Arábia Saudita.
O representante do
Sindipostos afirma que as variações são comuns no sobe e desce do mercado
internacional. "Vivemos em um mercado livre, onde cada distribuidor e
revendedor faz o seu preço. Com relação a esse fato novo, dos ataques no
Oriente Médio, ainda não se refletiu aqui e, por sinal, a Petrobras ainda não
repassou nenhum preço referente às mudanças no mercado internacional. Portanto,
os ataques ainda não refletiram em Fortaleza", acrescenta.
Ele ainda diz que os
preços podem começar a variar em pouco tempo, mas não é possível cravar se em
dois dias ou uma semana, por exemplo. Certo é que nos postos de combustíveis da
Cidade já é possível ver preços díspares. Alguns ainda comercializando o
combustível por R$ 4,57 - na avenida Aguanambi, próximo ao O POVO, a média da
semana passada, e outros por R$ 4,69 - na mesma avenida, próximo ao Hospital
Antônio Prudente.
O POVO conversou com
um gerente de um posto de combustível de bandeira BR, que confirmou que a
distribuidora ainda não repassou o aumento. A alternativa do gerente para a
eminente alta foi realizar uma promoção do combustível. Vendia a R$ 4,54 o
litro. "Vamos manter o mesmo preço até vir o aumento concreto por parte da
companhia. Fizemos a promoção até para não perdermos o nosso cliente".
O gerente ainda
confirma que um novo estoque deve chegar em um ou dois dias e será avaliado se
o preço deve aumentar. Há chances que sim: o novo valor cobrado deve variar
entre R$ 4,65 e R$ 4,67.
Colaboraram Jullie
Vieira e Vitor Magalhães.
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