O H1N1 ficou famoso há uma
década, quando uma epidemia desse subtipo do vírus da gripe provocou 2 mil
mortes no Brasil. Em 2018, ele foi responsável por 65% dos óbitos decorrentes
dessa doença. E ainda preocupa em 2019, porque já registrou vítimas fatais –
especialmente no Amazonas, que inclusive antecipou sua campanha de vacinação
para conter o surto.
O H1N1 causa os mesmos sintomas
das outras versões do vírus influenza: febre alta, mal-estar, dor de cabeça,
espirros e tosse. A diferença estaria no risco de complicações.
“Ele é um pouco mais virulento.
Ou seja, multiplica-se rapidamente no organismo e provoca mais casos graves em
jovens, asmáticos e gestantes”, comenta Rosana Richtmann, infectologista do
Instituto Emílio Ribas, de São Paulo.
O H1N1 integra o time dos vírus
influenza tipo A, do qual o H3N2 também faz parte. Esse agente infeccioso,
aliás, parece ser mais perigoso para os idosos.
A outra família de influenza, do
tipo B, geralmente se manifesta de maneira mais branda, segundo Hélio Bacha,
infectologista do Hospital Israelita Albert Einstein, em São Paulo. Os
especialistas alertam, porém, que as diferenças de agressividade entre os subtipos
da gripe são tênues, até porque dependem das constantes mutações que esses
vírus sofrem. Em resumo, todos preocupam.
“Temos uma concepção de que o
risco é maior quando se trata do H1N1, mas a gripe é uma ameaça sempre,
principalmente quando há outras doenças presentes”, reforça Bacha. “Até o tipo
B pode ser perigoso”, completa.
O que é diferente no H1N1
Basicamente, a estrutura do
vírus, que possui algumas proteínas diferentes. Além disso, assim como todos os
membros da família, o H1N1 sofre mutações frequentes – daí a necessidade de
tomar a vacina anualmente, principalmente nas campanhas nacionais. O imunizante
é atualizado de acordo com as variedades que estão circulando pelo mundo.
A boa notícia é que as mutações
mais impactantes, com potencial extra para fazer estragos, são esporádicas. “A
cada seis ou sete anos, temos mudanças mais significativas. Aí costumamos ter
epidemias maiores, porque o sistema imune da população não conhece aquele
agente, como ocorreu no Brasil anos atrás”, explica Bacha.
Diagnóstico e tratamento
Quando os sintomas aparecem, o
ideal é procurar o médico. Em determinados casos de H1N1, pode haver
dificuldade para respirar ou falta de ar – um sintoma que também surge em
indivíduos acometidos com outros tipos de gripe, aliás.
No outono e inverno, quando a
incidência da enfermidade é mais alta, nem sempre os médicos solicitam exames
que façam essa diferenciação. Até porque o tratamento costuma ser igual.
“O importante é desconfiar do
vírus influenza em geral e iniciar o tratamento nas primeiras 48 horas. Os
remédios antivirais combatem qualquer um dos subtipos”, destaca Rosana
Richtmann.
Mas atenção: esses fármacos
(lembra do Tamiflu?) são prescritos nas situações com maior risco de
complicações e morte. Diabéticos e idosos, por exemplo, são candidatos por
possuírem um déficit no sistema imunológico.
Em casos mais simples, geralmente
os médicos apenas manejam os sintomas. Eles oferecem antitérmicos para baixar a
febre, analgésicos para controlar a dor, e por aí vai. Enquanto isso, o próprio
organismo produz anticorpos para debelar a infecção – para ajudá-lo, repouse e
se hidrate.
Como prevenir
Todos os subtipos da gripe são
transmitidos da mesma maneira: pelo contato com gotículas da saliva e com
secreções respiratórias de pessoas infectadas.
O vírus presente nessas
partículas pode ficar ativo por horas em maçanetas, roupas, portas e outros
objetos. Basta tocar em um deles e depois colocar a mão na boca ou nos olhos.
Daí por que os especialistas pedem tanto para a gente lavar as mãos com
frequência.
Para evitar a gripe, o ideal é se
vacinar, especialmente se fizer parte dos grupos prioritários – crianças de até
6 anos incompletos, idosos, gestantes, indivíduos imunodeprimidos ou portadores
de doenças crônicas…
“Tomar as doses anuais é a
principal forma de prevenção”, crava Rosana. Como se fosse pouco, o imunizante
diminui o risco de agravamento da doença.
No mais, vale tomar medidas
básicas de proteção contra doenças no geral. Além de higienizar as mãos com água
e sabão ou álcool em gel, mantenha os ambientes arejados e tape o nariz e a
boca na hora de espirrar.
Indiretamente, adotar um estilo
de vida saudável ajuda, porque reforça as defesas naturais do corpo. Durma bem,
faça exercício e coma de maneira equilibrada.
Fonte: Saúde!
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