Distribuidoras de
energia controladas por governos estaduais estão com dificuldades para cumprir
as metas de qualidade do serviço e apresentar resultados positivos, fundamentais
para a realização de investimentos. Para analistas do setor, exigências cada
vez mais rígidas da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) e a
crise financeira dos Estados tendem a empurrar as empresas para a privatização,
o caminho mais fácil para evitar a perda da concessão.
Seria a terceira
onda de privatizações no setor. Na década de 1990, diversas distribuidoras
foram privatizadas pelos Estados em troca da renegociação de suas dívidas com o
mercado pela União – como Eletropaulo, hoje Enel SP, e Light, no Rio. No ano
passado, seis distribuidoras do Norte e Nordeste, que eram estaduais e foram
transferidas para a Eletrobrás, antes de serem vendidas. A privatização de
estatais é uma das alternativas propostas pelo Plano Mansueto para Estados que
precisarem de socorro da União.
Entre as empresas
com mais problemas na área econômico-financeira estão a CEB, distribuidora
controlada pelo governo do Distrito Federal, e a CEEE, que pertence ao governo
do Rio Grande do Sul. Já a Cemig, do governo de Minas Gerais, luta para provar
à Aneel que cumpriu as metas de qualidade do serviço.
Ao renovarem suas
concessões por 30 anos, em 2015, essas distribuidoras se comprometeram a
atingir uma trajetória de melhoria nos indicadores econômicos e de qualidade em
cinco anos até 2020. Caso descumpram os índices mínimos por dois anos
consecutivos nesse período, podem ter as concessões cassadas – nesse cenário,
ficam sem ativos e fluxo de caixa futuro, com dívidas e passivos trabalhistas,
ou seja, sem valor.
Para evitar essa
punição, as empresas são obrigadas a apresentar um plano de troca de controle –
o que, no caso das empresas controladas por Estados, significa a privatização.
A CEB já rompeu o indicador econômico-financeiro no ano passado e, para cumprir o deste ano, precisaria de um aporte de R$ 426 milhões. O governador Ibaneis Rocha já sinalizou que deve vender o controle da companhia, proposta que será submetida aos acionistas em assembleia na próxima quarta-feira, dia 19 de junho. O DF é dono de 80% dos papéis da empresa. Procurada, a companhia informou que não iria se manifestar até a realização da assembleia.
(Estadão)
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