Não foi só o presidente Jair Bolsonaro quem mostrou apoio a Danilo
Gentili, após o apresentador do SBT ter sido condenado em seis meses de
detenção em regime semi-aberto na quarta-feira (10) por injúria à deputada
Maria do Rosário (PT).
Em uma
publicação no Instagram, Antônia Fontenelle também se solidarizou com o
humorista. Ela compartilhou um clique onde aparece dando um selinho em Gentili
durante a gravação do programa The Noite. “Não se preocupe comendador, lhe
farei visitas íntimas na cadeia. Você pisa na bola comigo, mas eu te amo mesmo
assim”, escreveu.
ENTENDA
O
apresentador Danilo Gentili foi condenado à pena de seis meses e 28 dias de
detenção, em regime semiaberto, por injúria contra a deputada federal Maria do
Rosário Nunes.
A ação foi
aberta pela deputada por causa de um vídeo publicado em 2017. Nele, Gentili
mostra um documento enviado a ele pela Procuradoria Parlamentar da Câmara dos
Deputados.
O documento
era, segundo a sentença, uma tentativa de conciliação extrajudicial para que
Gentili apagasse publicações no Twitter em tom de ameaça a Maria do Rosário.
Nas imagens,
ele rasga o documento, coloca os papéis dentro de suas calças e vai ao correio
para enviar o conteúdo de volta à Câmara. O apresentador poderá recorrer em
liberdade.
A sentença
foi proferida pela juíza federal Maria Isabel do Prado, da 5ª Vara Federal
Criminal de São Paulo. De acordo com o processo, Gentili "injuriou,
através de vídeo veiculado na internet, a deputada federal ofendendo-lhe a
dignidade ou o decoro, atribuindo-lhe alcunha ofensiva, bem como expôs, em tom
de deboche, a imagem dos servidores públicos federais e a Câmara dos
Deputados".
O texto diz
que a liberdade de expressão e de informação constitui um dos pilares
essenciais do Estado de Direito, estabelecida na Constituição Federal, o que
favorece a defesa de Gentili. Contudo, a Carta, segundo a sentença, também
garante a todos os cidadãos a proteção da honra e da imagem.
A defesa de
Gentili alegou no processo falta de dolo, ou de intenção, em ofender a
deputada, uma vez que para Gentili a produção é alegada peça humorística.
"Se a
intenção do acusado não fosse a de ofender, achincalhar, humilhar, ao ser
notificado pela Câmara dos Deputados, a qual lhe pediu apenas que retirasse a
ofensa de sua conta do Twitter, o acusado poderia simplesmente ter discordado
ou ter buscado a orientação jurídica de advogados para acionar pelo que
entendesse ser seu direito", diz a magistrada.
(DOL)
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