Não
há recuo possível. A única opção é a derrota completa das facções. É o Estado
de direito ou a barbárie. Negociar, jamais. Não se negocia com criminosos.
Prisão é prisão. As regras do Estado é que devem prevalecer. Sempre. É
corretíssima e merecedora de apoios a postura mais dura adotada pelo governador.
Camilo
Santana está agora fazendo a coisa certa. Arregimentando forças políticas,
estabelecendo parceria administrativa com o Governo Federal, convocando
policiais da reserva, aumento das horas extras, apresentando uma a lei da
recompensa para cidadãos que informarem sobre criminosos (incrível que isso
ainda não fosse uma prática), convocando novos agentes penitenciários (é nas
prisões o epicentro do terror). Enfim, é uma luta em que o Estado ou vence ou
vence.
Politicamente,
Camilo Santana só pode olhar pra frente. Sem vacilos. Se não infringir uma
derrota clara ao crime organizado, se não tomar de volta para as mãos do Estado
as penitenciárias, o governador vira um pato manco. Na política dos EUA, o termo
designa aquele chefe de executivo que foi abatido por um escândalo ou por uma
grande derrota. Vira uma espécie de zumbi que apenas vai cumprir tabela.
Certamente,
Camilo Santana sabe o impacto e o significado do momento em sua trajetória. Em
tais circunstâncias, todos os de bom senso saberão dar apoio ao governador. Não
há outra atitude razoável que não esta. Afinal, sua derrota será a derrota da
sociedade. Portanto, é seguir em frente com a firmeza que o momento impõe.
Claro
que o movimento de agora (tomar o controle das penitenciárias das mãos das
facções) deveria ter sido adotado há bem mais tempo. Excesso de cálculos
políticos atrapalham.
Separar
presos de acordo com a gang a qual pertence é um erro que chega a ser
simplório. Significa entregar o domínio da instituição pública ao bandido
faccionado. Lá, todos os que não sejam da facção vão, é claro, virar escravos
da mesma. Lá, forma-se um estado paralelo. Inadmissível.
O
fato é que o movimento de agora merece o apoio de todos, incluindo as forças
políticas. Mostrando inteligência e maturidade política, o deputado federal
eleito, Capitão Wagner (PROS), um opositor de Camilo, entendeu a dimensão do
momento e agiu de forma exemplar ao ligar para o governador, apoiando as novas
posições. Afinal, são as posições certas e sempre defendidas por Wagner.
Líder
da corporação, Wagner entende também que os policiais militares, civis,
bombeiros e agentes penitenciários são a representação do Estado que está se
expondo de forma muito direta nas ações. Dessa forma, tronando-os mais
valorizados pela sociedade. Não há outra coisa a se fazer que não apoiar esses
bravos servidores públicos, que colocam suas vidas a serviço da sociedade.
Claro
que tudo precisa ser feito no rigor da lei. Porém, com a máxima firmeza e com a
compreensão de que o momento não é para mimimis. Firmeza de propósito, postura
dura e nada complacente não significa desrespeito às leis. Sim, o repeito às
leis é fundamental. Fora disso, não se constrói uma civilização digna do nome.
Por
Fábio Campos, no Focus.jor
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