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Estudante cearense desenvolve projeto para filtrar água de cisternas

Uma proposta para resolver a problemática da seca com doses de aprendizagem sobre empreendedorismo. Com essa receita, o projeto nordestino Aqualuz, sistema mecatrônico de filtragem baseada em luz solar, recebeu o apoio do Academic Working Capital (AWC), programa de empreendedorismo universitário do Instituto TIM, com o objetivo de auxiliar estudantes em fase de conclusão de curso a oferecer conceitos modernos de sustentabilidade. O Aqualuz, por sua vez, visa ajudar a resolver uma problemática do semiárido cearense: o acesso à água potável, por meio da filtragem da água presente em cisternas de famílias do interior do Ceará, que residem, sobretudo, em áreas distantes das de abastecimento do sistema hídrico.

"De uma maneira simples e voltada para a experiência do usuário, queremos incentivar a responsabilidade socioambiental corporativa", relata a criadora do Aqualuz, a estudante da Universidade Federal da Bahia (UFBA), Anna Luísa Santos. O projeto, que é o Trabalho de Conclusão do curso de Biotecnologia, chamou a atenção da cearense Letícia Nunes Bezerra. Letícia, que estuda Engenharia Ambiental na Universidade Federal do Ceará (UFC), se envolveu, então, no aperfeiçoamento do Aqualuz.

Orientação

As alunas e Lucas Gama Dantas Ayres, aluno de Ciência da Computação da UFBA, foram contemplados pelo AWC e viveram workshops onlines e presenciais. Os universitários do projeto recebem acompanhamento, orientação de negócios e recursos financeiros para transformar sua ideia em um produto ou negócio. No fim deste ano, eles participam de uma Feira de Investimentos e podem apresentar suas soluções para profissionais do mercado.

O evento está marcado para o próximo dia 14 de dezembro, em São Paulo, e contará com a presença de empresários e investidores cujos perfis já são conhecidos pelos estudantes. Os grupos terão a chance de mostrar sua trajetória e as tecnologias próximas do estágio final.

Em suas três primeiras edições, o AWC já apoiou o desenvolvimento de cerca de 80 projetos. Este ano, o AWC conta com 32 grupos, sendo 86 alunos de faculdades de oito estados brasileiros (São Paulo, Minas Gerais, Rio de Janeiro, Paraná, Santa Catarina, Ceará, Distrito Federal, Mato Grosso do Sul e Bahia).

"A sustentabilidade por si só não é tão valorizada no Brasil, por isso sempre reforço, com os alunos do projeto, a importância ao desenvolver negócios desse segmento. É difícil transmitir o valor disso para as pessoas, investir em algo que não vai ter um resultado instantâneo, é desafiador!", explica André Dib, coach de Aceleração do AWC, responsável pelos nichos de sustentabilidade e meio ambiente.

Tratamento

"A intenção é promover água de qualidade para famílias que às vezes recebem essa água da chuva mas que não realizam um tratamento adequado. Assim, elas ficam passíveis a doenças e outros males", reforça Letícia Nunes.

"Uma ideia fantástica. Essas famílias geralmente manuseiam suas cisternas sem muita orientação, usando os equipamentos como cacimbas e contaminando, com certos objetos, a própria água em armazenamento. Essa estratégia merece todo o apoio e tem que ser bem mais espalhada, para que inspire mais gente a pensar nisso também", explica o secretário adjunto da Secretaria de Recursos Hídricos do Estado do Ceará (SRH), Ramon Rodrigues.

A busca maior é pelo direito à água potável. Um dispositivo é acoplado à cisterna e recebe sua água por meio do filtro, tratado pela radiação solar e que acumula o líquido por quatro horas. Um período de testes já foi completado, e agora a estudante, que nasceu em Pentecoste, no Ceará, pretende ajudar famílias como a sua a obter um serviço de maior qualidade.

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