VAR em ação: árbitro da final
da Copa do Brasil confere lance em vídeo (Foto: Daniel Teixeira/Estadão Conteúdo).
A Copa do Brasil de 2018 entrou para
a história do País por ser a primeira competição nacional decidida com a
utilização do VAR e logo em sua primeira edição com a nova tecnologia.
Enganou-se quem esperava que seria o fim das polêmicas com a arbitragem. Pelo
contrário, justamente o árbitro de vídeo protagonizou dois lances de muita
discussão e reabriu o debate sobre a utilização da nova tecnologia em jogos de
futebol.
Corintianos e cruzeirenses adotaram
discursos distintos. Teve quem gostou, quem foi contra e ainda os que
destacaram a necessidade de melhora na ferramenta. O curioso é que Cruzeiro e
Corinthians foram alguns dos clubes que votaram contra a implantação do VAR no
Campeonato Brasileiro.
O atacante Hernán Barcos, com uma
certa dose de ironia e bom humor, deu uma possível solução para acabar com a
polêmica. “O VAR veio para aperfeiçoar e melhorar o nosso futebol. Se o árbitro
erra com o VAR, fica complicado. Amanhã tem que colocar um robô para apitar”,
sugeriu o argentino.
Os dois lances capitais que contaram
com interferência do VAR ocorreram no segundo tempo e no ataque do Corinthians.
No primeiro, Thiago Neves disputou uma bola com Ralf dentro da área e, após ver
as imagens na TV, o árbitro carioca Wagner do Nascimento Magalhães marcou
pênalti, para a revolta dos cruzeirenses. O lance é bastante discutível.
O meia cruzeirense admitiu que tocou
em Ralf, mas que o movimento não foi forte o suficiente para derrubar o
adversário. Por isso, ele acha que houve erro da arbitragem, embora se
contradiza ao dizer que esperava pela marcação do pênalti. “Muita gente diz que
pegou (no Ralf). Pegou mesmo, mas não foi pênalti. São toques que acontecem, do
jogo, e não teve força. Quando vi que o árbitro ia consultar o vídeo, já
percebi que ele daria o pênalti, pois houve o toque, mas não foi para
derrubar”, disse Thiago Neves.
Andrés Sanchez, presidente do
Corinthians, aproveitou a decisão para explicar o seu posicionamento sobre a
tecnologia. O dirigente se diz contra a utilização da tecnologia por questões
financeiras, mas também pelo fato de não ficar claro em que momentos o vídeo
deverá ser utilizado. “O Corinthians votou contra a situação que colocaram a
gente no VAR. Nos dois lances têm muita gente falando que foi e que não foi.
Não é para ter interpretação e o juiz foi pelas duas jogadas na interpretação.
Eu já fui prejudicado e já fui beneficiado. A mão do Jadson foi no ombro”,
reclamou.
Dedé, envolvido no segundo lance
polêmico, em que Jadson teria o agredido com o braço na jogada que resultou no
gol de Pedrinho, acredita que não teve polêmica no jogo. “O Jadson me deu uma
porrada e pediu desculpa até. Ele não é maldoso, mas o juiz fez bem de ter
anulado. Você fala de lance polêmico... polêmico foi o pênalti que ele marcou.
Não quero crucificar o árbitro, já que ele foi bem durante a maior parte do
jogo, mas esse pênalti...”, ironizou.
Como o árbitro de vídeo não foi
aprovado pelos clubes no Brasileirão, os próximos jogos envolvendo clubes
brasileiros com a utilização da ferramenta serão pela Copa Libertadores, quando
o Grêmio encara o River Plate e o Palmeiras pega o Boca Juniors. Oportunidades
para os árbitros tentarem minimizar os erros.
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