A presidente do Supremo Tribunal Federal (STF),
ministra Cármen Lúcia, vai assumir pela segunda vez neste ano a Presidência da
República, com as viagens ao exterior do presidente Michel Temer (MDB) e dos
presidentes da Câmara e do Senado, Rodrigo Maia (DEM-RJ) e Eunício Oliveira
(MDB), respectivamente. Temer vai a Assunção nesta segunda-feira, 18, para
participar da Cúpula do Mercosul.
A primeira
vez que Cármen assumiu foi em abril, quando o presidente viajou ao Peru. Isso
tem acontecido porque não há vice na linha sucessória e toda vez que Temer
viaja ao exterior, Maia e Eunício também são obrigados a se ausentar do País
por causa da legislação eleitoral.
Pelas regras,
quem quiser disputar a eleição não pode exercer função no Executivo no período
de seis meses anteriores ao pleito. Para evitar um problema com a Justiça
Eleitoral, Maia viajou neste fim de semana para Portugal e Eunício, para Buenos
Aires.
O presidente
da Câmara chegou a apresentar uma consulta ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE)
para saber se pode assumir o Planalto quando o emedebista estiver em missão
oficial no estrangeiro, mas a Corte Eleitoral ainda não decidiu sobre o tema.
Nesta
segunda-feira, Cármen despachará diretamente do Planalto, conforme agenda
pública divulgada no site do STF. Às 11h, ela se reúne com o governador do
Pará, Simão Jatene (PSDB). Às 14h30, Cármen tem audiência com o embaixador João
Gomes Cravinho, da União Europeia. O último compromisso previsto é às 16h, com
a ministra-chefe da Advocacia-Geral da União (AGU), Grace Mendonça.
Presidente
Em agosto de
2016, na véspera de assumir a Presidência do STF, Cármen deixou claro que
prefere ser chamada de presidente, e não “presidenta”, como Dilma Rousseff. “Eu
fui estudante e sou amante da língua portuguesa e acho que o cargo é de
presidente, não é?”, disse Cármen durante sessão na Corte.
Mineira,
Cármen foi indicada ao tribunal em 2006 pelo ex-presidente Luiz Inácio Lula da
Silva (PT). A ministra foi advogada, procuradora do Estado de Minas Gerais e se
tornou a segunda presidente mulher do Supremo.
Em 19 de maio
de 2017, quando a delação da J&F veio à tona, Cármen rebateu rumores de que
poderia assumir a Presidência da República e afirmou que pretende continuar na
magistratura “até o último dia”. “Estou no lugar que eu tenho a obrigação
constitucional de estar e estarei com muito gosto”, disse a ministra.
Com
informações do Jornal O Estado de São Paulo
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