O PSDB constituiu um grupo de senadores para avaliar a conjuntura política e esboçar a posição a ser adotada pela legenda. Esse grupo ainda não dá como favas contadas o impedimento de Dilma Rousseff. Seus integrantes receiam que o arrastão fisiológico do Planalto dificulte a obtenção dos 342 votos necesários à aprovação do impeachment na Câmara.
Nesta sexta-feira, integrantes do grupo voarão até São Paulo para ouvir as opiniões de Fernando Henrique Cardoso, presidente de honra e principal liderança da legenda. Participarão da conversa os senadores Tasso Jereissati (CE), Cássio Cunha Lima (PB), Ricardo Ferraço (ES) e Aloysio Nunes Ferreira (SP). Aécio Neves (MG), presidente do partido, não estará presente. Encontra-se no exterior. Duas posições parecem unificar o grupo:
1) com ou sem impeachment, o PSDB não abrirá mão dos processos que move na Justiça Eleitoral. São quatro. No mais relevante, o TSE analisa os vínculos existentes entre as arcas da campanha à reeleição de Dilma e as propinas já admitidas por empresários que suaram o dedo na Lava Jato. Havendo condenação, Dilma não vai à guilhotina sozinha. Também o mandato de Temer será passado na lâmina.
2) na hipótese de o Congresso mandar Dilma para casa mais cedo, o apoio do PSDB a um eventual governo chefiado por Michel Temer não será automático. Em privado, os tucanos revelam-se receosos de que Temer faça um governo loteado e convencional se a Presidência lhe cair no colo. Sob holofotes, dizem que não aceitarão cargos numa hipotética administração do PMDB. E afirmam que condicionarão o apoio ao programa de governo e à disposição de Temer de compor uma equipe que o distancie de velhas práticas.
0 Comentários