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Número de internações por Guillain-Barré cresceu 88% em 2 anos no CE

Confirmado o diagnóstico, o Hias é uma das unidades de referência (Foto: Mauri Melo/O Povo)
Entre 2013 e 2015, enquanto pesquisadores e autoridades sanitárias de todo o mundo corriam contra o tempo para obter mais conhecimentos sobre os vírus zika e chikungunya, a Síndrome de Guillain-Barré registrava uma expansão significativa no Ceará. A doença de caráter autoimune (ou seja, acontece por ação do próprio sistema de defesa do corpo humano) geralmente se manifesta após infecções virais ou bacterianas.

Em 2013, segundo dados da Secretaria Estadual da Saúde (Sesa-CE) e do Ministério da Saúde (MS), foram registradas 52 internações no Ceará, por conta da síndrome. No ano seguinte, o número passou para 74 e, em 2015, para 98. No ano passado, o Estado respondeu por 5,2% do total de internações no Brasil. Nacionalmente, os números de internações entre 2014 e 2015 foram, respectivamente, de 1.439 e 1.868, segundo o ministério, o que representa um aumento de 29,8%.

Já o aumento no número de internações por Guillain-Barré no Estado, em um ano foi de 32,4% e no período de dois anos foi de 88,4%. Apesar de esse crescimento coincidir com os surtos de zika e chikungunya no Brasil, a relação entre a síndrome rara (tem incidência anual de um a quatro casos por cem mil habitantes em todo o mundo) e os dois vírus ainda não é consenso entre cientistas.

Dados de 2016 foram solicitados à Sesa ao longo da última semana, mas até o fechamento desta página não haviam sido enviados.

Segundo o patologista neuromuscular Beny Schmidt, que é também professor adjunto da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp), “cientista nenhum pode dizer que a zika causa Guillain-Barré. Ela se manifesta geralmente duas semanas após uma infecção qualquer, não necessariamente pelo zika vírus”.

Contudo, no último dia 26 de fevereiro, a Organização Mundial de Saúde (OMS) divulgou guia e relatório com orientações para profissionais da área sobre a possível relação entre o zika vírus e a Síndrome de Guillain-Barré. O micro-organismo já está circulando em 52 países ou territórios, em quatro continentes.

Estudos

Já a revista científica britânica The Lancet publicou na última segunda-feira, 29 de março, um estudo feito com 42 pacientes diagnosticados com a síndrome, em um surto de zika vírus que atingiu a Polinésia Francesa, na Oceania, entre novembro de 2013 e fevereiro de 2014.

Desse total, 41 (ou 98%) tinham anticorpos contra o zika em seus organismos. Os pesquisadores também indicaram que, de cada 100 mil pessoas infectadas com o zika vírus, 24 desenvolverão a Síndrome de Guillain-Barré.

Para o patologista Beny Schmidt, porém, “esse é apenas um estudo a mais. É o momento de se estudar e a verdade na ciência demora a se estabelecer”. 

Fonte: O Povo.

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