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Assim é, e sempre foi, o PMDB

É preciso conhecer pouco do PMDB e de sua história para demonstrar alguma surpresa com a maneira lenta e confusa como se dá a entrega dos cargos pelos seus filiados, ou apadrinhados deles, após a decisão oficial de desembarcar do governo Dilma Rousseff. Aqueles discursos fortes, firmes, de compromisso com o povo, sintonia com a sociedade e outros blá blá blá da última terça-feira somem quando, 24 horas depois, se tenta conferir de que forma a ação prática repercute a decisão política anunciada sob grande barulho.

A história insistentemente repetida de que “os cargos estão à disposição” chega a doer, de tão inócua. O correto teria sido os peemedebistas e afilhados que detêm postos dentro do governo terem, já ontem, encaminhado formalmente suas comunicações de afastamento. Exatamente como fizera, ainda na noite de segunda, o então ministro do Turismo, Henrique Eduardo Alves. Claro que, diante do volume de mudanças, oferecendo-se um tempo para transição, dando-se um prazo para definição de substitutos etc, mas o tom geral dos discursos pelo rompimento apontava uma urgência na decisão que a realidade não confirma. É o velho apego a empregos públicos, responsável pela má imagem da sigla como dependente quase funcional do governismo.

O açodamento como se deu a decisão, ignorando uma parceria que aos trancos e barrancos vigorava desde 2003, torna a lentidão do desembarque partidário ainda mais previsível. O governo petista de Dilma continua fraco, a tendência maior ainda é de avanço do processo de impeachment no Congresso, mas a velha prática peemedebista é esperta demais para não deixar uma brecha que seja para um eventual caminho de volta.

Guálter George, editor-executivo de Conjuntura
Jornal O Povo

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