Filhos, política e a Lava Jato

Em meio a toda essa crise política que o pais atravessa uma coisa tem me deixado um tanto quanto preocupado.

Tem nada a ver com as acusações contra Lula, Dilma, PT e o governo federal. Quanto a isso estou convicto de que tudo faz parte da guerra política que tem como único objetivo derrubar a atual presidente da República.

O que tem me angustiado são as perguntas dos meus filhos sobre o que assistem nos noticiários da tevê e as coisas que escutam na escola.

“Pai, Dilma rouba?”; “Pai, Lula é ladrão?”; Pai, o PT é um partido corruptos?”.

Estas perguntas foram feitas pelos filhos de dez e doze anos.

Um dia desses, o mais novo cantou para mim uma “música” cuja letra misturava amor à bandeira nacional com agressões ao PT. Fiquei horrorizado!

Então comecei a refletir sobre como é possível haver pais com a coragem de disseminar ódio político para os filhos ainda criança.

Os meus nasceram e cresceram vendo o pai defendendo o PT e o Lula. Mas nunca viram ou ouviram pregação de ódio contra quem quer que seja por parte deste  quarentão.

Lógico que bons país despertam nos filhos a vontade de imitá-los e segui-los. E sem qualquer falsa modesta sou um bom pai para os meu rebentos. Portanto, é muito pouco provável que os dois não seguirão à margem esquerda da vida.

Contudo, em se tratando de política sempre evitei de fazê-los “partidários” antes de terem uma compreensão básica sobre o que é a política. Oriento apenas a não darem valor à provocações porque política é tipo futebol: cada um torce para um time.

O fato é que esse ambiente nacional pós-Lava Jato dividiu a sociedade a tal ponto que até as crianças, os nossos filhos, estão sendo levados a achar que o país está dominado por demônios corruptos que precisam ser expulsos da política para dar lugar a anjos patriotas que amam o país.

E no bojo desse clima de hostilidade política está uma mídia sacana que catalisa o ódio e perseguição através de uma cobertura parcial dos fatos.

Como lamentar não adianta, pensei em lançar um “abecedário” de política para crianças.

Algo leve, lúdico e sobretudo humanista.

Aceito sugestões.

E parceiros.

Por: Robert Lobato.