Principal partido de oposição ao governo da presidente Dilma Rousseff, o PSDB chega ao momento decisivo do processo de impeachment no Congresso assombrado pelo espectro da divisão interna e pelos desdobramentos da Operação Lava Jato, além de estar seriamente ameaçado de perder o protagonismo na disputa contra a petista.
Enquanto os senadores Aécio Neves (MG), presidente do partido, e José Serra (SP) disputam o protagonismo da transição (e reeditam a antiga rivalidade), o governador de São Paulo, Geraldo Alckmin, explodiu as pontes com os caciques tucanos de São Paulo, Estado que é o berço político e a principal base do PSDB.
Serra é o principal canal de comunicação do PSDB com o vice-presidente Michel Temer (PMDB). O tucano paulista tem defendido a ajuda do partido a um eventual governo do peemedebista. Mas Aécio apresenta resistência. O senador mineiro, no entanto, vem sendo citado em novas delações da Lava Jato e terá de se dedicar nos próximos dias a elaborar sua defesa, deixando um pouco de lado as articulações políticas.
Na semana passada, Aécio disse que o PSDB não deve discutir cargos com Temer e recomendou cautela ao partido. O problema para os tucanos é que o impeachment avança e o PSDB começa a perder espaço no processo para as alas rebeldes do PMDB, para o DEM e para o PPS.
"Aécio precisa ser cuidadoso com o que fala, pois é presidente do partido", afirmou o ex-deputado José Aníbal, presidente do Instituto Teotônio Vilela, braço de elaboração teórica do PSDB. "Quando se agrava a situação, as lideranças precisam ampliar o foco", conclui. O "foco" ao qual ele se refere são as pretensões eleitorais dos dois rivais internos: o Palácio do Planalto em 2018.
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