Os prefeitos da Região do Cariri estão preocupados
com o avanço da crise política que se instalou no país e suas consequência nas
administrações dos municípios. Durante manifestação de fortalecimento
democracia e apoio ao ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva e a presidenta
Dilma Rousseff, os prefeitos petistas Samuel Freire (Assaré), Zé Leite
(Barbalha) e Evanildo Simão (Mauriti), se mostraram apreensivos com o desenrolar
dos últimos acontecimentos.
Apesar de estarem na base de apoio e pertencerem ao
partido da presidenta, os prefeitos reclamam de escassez de recursos e falta de
atenção do Governo Federal. Segundo os gestores, os problemas são motivados
pela pressão exercida por meios de comunicação, integrados politicamente a
extrema direita que, segundo avalia os prefeitos, querem tomar o poder de
assalto, através de um golpe.
Sobre a situação da presidenta Dilma, o prefeito Zé
Leite avalia que ela, simplesmente, não governa o país e prejudica a todos.
Para o prefeito barbalhense, a crise política já inviabiliza sua administração.
Sem recursos, Zé Leite alega que é obrigado a reduzir gastos e acaba acusado de
cortar serviços essenciais. O prefeito disse, ainda, que a situação tem causado
problemas políticos e administrativos para sua gestão.
Para o prefeito de Assaré, Samuel Freire, a
preocupação maior é com a população. Samuel credita às pessoas mais carentes a
maior parcela das consequências da crise. Segundo o prefeito, o corte de
serviços básicos, por falta de recursos, causa revolta e medo na população que depende
deles. Em Assaré, o prefeito disse que está tentando manter a qualidade mínima
dos serviços, mas a duras penas.
O prefeito de Mauriti, Evanildo Simão, também,
credita à crise política as recentes dificuldades que enfrenta seu município. Evanildo
avalia que o excessivo foco na crise tem interferido na direção dos
investimentos necessários aos municípios. Apesar da avaliação, Evanildo se diz
otimista com a resposta dos movimentos sociais no apoio as instituições
democráticas.
Os três prefeitos conversaram com nossa reportagem
durante evento que reuniu, segundo a organização, cerca de 4 mil pessoas na
praça do Giradouro em Juazeiro do Norte, na sexta-feira (18). Além dos três
prefeitos contatados pela reportagem do Jornal do Cariri, estiveram presentes,
ainda, a prefeita de Tarrafas, Girleuda Matias, vereadores da região,
dirigentes petistas e outras lideranças políticas.
A repercussão da crise
No Cariri, a crise parece atingir a todos os
gestores municipais, independente da bandeira partidária. Em entrevista ao
Jornal do Cariri (JC), o prefeito de Brejo Santo, Guilherme Landim (PDT), disse
que seu município tem sido afetado diretamente pela crise que se instalou no
país.
Segundo Guilherme, a instabilidade tem acarretado
para os municípios uma situação de descaso pelas esferas do alto Poder do país.
“Quando vamos a Brasília cobrar recursos a conversa é sempre a mesma: não tem
agora, está em contingência... e os municípios continuam sofrendo,” disse
Guilherme.
Como consequência do descaso, Guilherme aponta
queda nos serviços essenciais e paralisação de obras em andamento. “Tudo isso
acarreta outros problema como as demissões nas empresas privadas, motivadas por
uma crise que é muito mais política que econômica,” ressalta Guilherme Landim.
O presidente da Assembleia Legislativa, deputado
Zezinho Albuquerque (PDT), também em entrevista ao JC, considera a crise
política um absurdo. Para ele, o embate político em Brasília, faz com que os
municípios sofram. “Os investimentos não estão acontecendo e a arrecadação está
caindo em todos os campos (federal, estadual e municipal), sendo os municípios
os mais penalizados” disse Zezinho.
Na última semana, o país assistiu a duas
manifestações populares que, apesar do cunho pacifico, colocaram linhas
ideológicas em rota de colisão. No domingo, dia 13 de março, mais de 6 milhões
de pessoas foram as ruas pedir mais rigor nas punições aos envolvidos na
“Operação Lava Jato” e o “Fora Dilma”. Segundo a organização, as manifestações
aconteceram em mais de 200 cidades.
Em resposta, outra
manifestação em “Defesa da Democracia”, ao ex-presidente Lula e a presidenta
Dilma, reuniu mais de 4 milhões de pessoas em mais de 80 cidade do Brasil. Os
números são da organização do movimento.
(Jornal do Cariri).
(Jornal do Cariri).
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