Guedes reforçou a
necessidade de aprovação da reforma da Previdência e disse que o crescimento
desses gastos pode impedir a tentativa do governo de "salvar o País".
Natinho Rodrigues/
Diário do Nordeste.
O ministro da
Economia, Paulo Guedes, disse que, se o Congresso Nacional não aprovar o
projeto de crédito suplementar de R$ 248 bilhões, necessário para cumprir a
regra de ouro, travará os pagamentos do governo. De acordo com o ministro, sem
o crédito, os pagamentos de subsídios param em junho, de benefícios
assistenciais em agosto e, do Bolsa Família, em setembro. "Tenho que
apostar que o Congresso vai aprovar o crédito suplementar", completou ele,
durante audiência da Comissão Mista de Orçamento (CMO).
Guedes reforçou a
necessidade de aprovação da reforma da Previdência e disse que o crescimento
desses gastos pode impedir a tentativa do governo de "salvar o País".
"Pode não dar tempo", afirmou.
Ele ponderou ainda
que, como ministro da Economia, "manda muito pouco" e que não é ele
quem decide onde são feitos cortes orçamentários, já que o presidente Jair
Bolsonaro indica as prioridades do governo. "As pessoas acham que eu tenho
muito mais poder do que eu tenho. O poder está em quem vai sancionar
leis", concluiu.
Imposto sobre
dividendos
O ministro da
Economia afirmou ainda que há outros temas que precisam ser endereçados no
contexto econômico como, por exemplo a tributação em cima de dividendos, mas
que a reforma da Previdência é mais urgente neste momento. "Não vou cuidar
do imposto em dividendos agora porque daí a Previdência já explodiu. É preciso
desarmar essa bomba", disse.
Conforme Guedes,
uma eventual mudança em impostos tem impacto somente no ano seguinte e, por
causa disso, pode ser tratada depois.
Ele garantiu,
contudo, que irá tratar desse tema, mas que começou a endereçar o descontrole
dos gastos pelo lado que acha "mais certo".
"Se aumentar
os impostos agora, posso destruir os poucos investimentos que temos. É preciso agir
com muito cuidado. Vamos olhar isso também (tributação de dividendos), apagar o
problema de excesso de desonerações", enfatizou Guedes.
Privatizações
Questionado sobre o
momento de fazer privatizações no governo de Jair Bolsonaro, o ministro da
Economia afirmou que é um movimento para fazer "ontem, anteontem".
Ponderou, entretanto, que há uma "coisa com mais urgência",
referindo-se à reforma da Previdência.
"Não posso nem
pensar em correr para vender empresas estatais. Salim (Mattar) está correndo,
conversando com bancos, mapeando potencial, conversando com dentro dos próprios
ministérios", explicou Guedes, referindo-se ao secretário Especial de Desestatização
e Desinvestimento do Ministério da Economia, Salim Mattar.
Fonte: DN
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