Definido o nome do deputado estadual José Sarto
(PDT) para presidir a Assembleia Legislativa do Ceará pelos próximos dois anos,
o desafio da base governista, agora, é encontrar o mínimo de consenso entre
aqueles que comporão o restante das vagas da próxima Mesa Diretora. Líder do
Governo Camilo Santana durante a Legislatura passada, Evandro Leitão (PDT) será
o próximo primeiro secretário da Casa. Aos poucos, José Sarto vai montando a
chapa que deve ser eleita com tranquilidade no dia 1º de fevereiro.
A bancada
de oposição, segundo interlocutores, não deve se opor à decisão da maioria dos
membros do Legislativo Estadual. O pedetista, por sua vez, prega maior diálogo
entre os poderes, reforma do Regimento Interno e funcionalidade dos
equipamentos da Casa. Além de Evandro Leitão na primeira-secretaria, Julinho
(PPS) deve ocupar a primeira vice-presidência. A presença de PT e MDB na Mesa
também está sendo articulada, assim como a ocupação de cadeiras por mulheres.
"O
desafio é, no meio do contexto turbulento da vida política brasileira, procurar
trazer equilíbrio, desarmar a bomba da incompreensão e da intolerância que
reina na política", disse José Sarto ao Diário do Nordeste, utilizando
jargão que foi usado por um de seus líderes políticos durante a disputa
presidencial de 2018, Ciro Gomes (PDT).
Após um
ano marcado por numerosas sessões esvaziadas na Assembleia, Sarto promete ainda
manter a pontualidade nos trabalhos da Casa a partir do início da próxima
legislatura, em 1º de fevereiro. Durante reunião com seus pares na sede do
Legislativo, ontem, ele foi um dos primeiros a chegar, no horário marcado. No
entanto, chamou atenção a pouca representatividade de parlamentares presentes.
Membros do PT, MDB e PCdoB não acompanharam o encontro.
Partidos
A reunião
contou com a presença de 16 dos 46parlamentares da Assembleia, que
representaram PR, PRB, PDT, PP, Patriota, PPS e PSB. A bancada de oposição
também não participou do encontro. Tin Gomes, um dos pedetistas que disputaram
a indicação para a presidência da Casa só compareceu ao término da reunião com
os pares.
Tin Gomes
não pretende fazer parte da Mesa Diretora durante o biênio 2019-2020. Ele
espera ser contemplado com um posto daqui a dois anos, na próxima disputa,
visto que há compromisso firmado na base governista para que aqueles que farão
parte Mesa eleita no dia 1º de fevereiro próximo não componham a próxima
formação da direção do Legislativo. "Se eu quisesse alguma posição, seria
a de primeiro secretário, mas iria entrar em choque com o Evandro".
O deputado
espera que o compromisso de alternância na Mesa seja mantido, mas tem um pé
atrás com tal promessa. "Compromisso de um dia se rompe, que dirá de
projeto a longo prazo", disse. No entanto, garantiu que continuará
ajudando o governador Camilo Santana e o PDT no curso do mandato.
Quanto à
distribuição das vagas na próxima Mesa Diretora da Assembleia Legislativa, José
Sarto pondera que a composição do colegiado não deve ser apenas matemática, mas
também política. "A gente vai tentar fazer uma Mesa respeitando a
proporcionalidade (partidária), mas obedecendo tanto quanto possível, que é
exatamente para acomodar politicamente um partido aliado que está numericamente
em desvantagem".
Interesse
Alguns
partidos já sinalizaram interesse em fazer parte do grupo, que possui apenas
sete lugares, com toda uma estrutura de equipamentos e assessores, além de
outras três vogais que ficam na suplência. O deputado João Jaime (DEM), atual
segundo secretário da Casa, quer permanecer na Mesa Diretora, assim como
Julinho (PPS), que pleiteia ficar por mais dois anos na Mesa. Atualmente, ocupa
a terceira secretaria.
Patrícia
Aguiar (PSD) e Silvana Oliveira (PR) também querem espaço na Mesa, assim como
Moisés Braz, do PT. A sigla petista, porém, tende a ficar com a liderança do
Governo. O governador Camilo Santana já ressaltou, em entrevista, que a sigla
já tem como filiado o governador do Estado.
A
indicação de Sarto foi fruto de costura política na base, com atuação central
do atual presidente da Assembleia, Zezinho Albuquerque (PDT), que assume função
de secretário em fevereiro, após a abertura dos trabalhos no Plenário 13 de
Maio. Além de Sarto, também eram cotados Tin Gomes, Evandro Leitão e o
candidato derrotado na disputa pela presidência há dois anos, Sérgio Aguiar
(PDT).
Expectativas
para a próxima gestão
Deputados
da base governista e da bancada de oposição veem como natural a indicação de
José Sarto (PDT) para presidir a Casa, visto que, geralmente, a sigla com maior
representatividade comanda o processo na Assembleia. Por ser um dos
parlamentares com maior experiência no Legislativo Estadual, o estilo que o
pedetista deve pregar será o de diálogo com seus pares.
"Acredito
que a Assembleia, sendo o Sarto eleito, estará entregue em excelentes mãos.
Digo isso porque ele é uma pessoa que conhece bem o Parlamento. Torço muito
pelo seu trabalho", afirmou Evandro Leitão (PDT).
Para o
atual presidente da Casa, Zezinho Albuquerque (PDT), José Sarto cumpre os
requisitos para conduzir bem o Legislativo pelos próximos dois anos. Sérgio
Aguiar (PDT) também enalteceu a experiência do colega para comandar os
trabalhos do Legislativo.
Silvana
Oliveira (PR), por sua vez, espera que o próximo presidente continue a manter
um trabalho de transparência na Casa, a exemplo do que teria sido feito por
Zezinho Albuquerque. "Pela experiência e história, tem tudo para conduzir
a Assembleia brilhantemente nos próximos dois anos", enfatizou o novato
Marcos Sobreira (PDT).
Renato
Roseno (PSOL) defendeu que o próximo presidente atue de forma independente.
"Espero que o Parlamento seja uma trincheira democrática contra
retrocessos". Audic Mota lembrou que José Sarto ainda não tinha tido
oportunidade de comandar a Casa depois de sete mandatos. "Ele vai dar uma
contribuição que a Casa no momento requer".
Já Heitor
Férrer (SD) afirmou que votará em José Sarto, destacando que o pedetista tende
a ser votado de forma unânime por todos os membros da Assembleia. "A maior
bancada indica o nome à Presidência. O nome de consenso veio de lá, portanto, o
Sarto será, certamente, votado de forma unânime".
Fonte:
Diário do Nordeste.
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