não mexer

header ads

Ceará registra três casos de malária este ano

Desde o início do ano, três casos de malária foram confirmados no Ceará, segundo a Secretaria da Saúde do Estado (Sesa). As ocorrências, contudo, são importadas de outros países ou estados que compõem a região amazônica, que concentra a incidência da doença. Em 2017, foram quatro confirmações, e seis em 2016.

Os últimos registros de casos autóctones de malária quando a doença é contraída na própria cidade e não vem de pessoas que viajaram para regiões afetadas ocorreram em 2002, informou a Sesa.

O Ministério da Saúde (MS) aponta redução de 57% no número de notificações em dez anos no Brasil. Foram 459 mil em 2007 e 194 mil em 2017. Apesar de o País vir num ritmo de queda no intervalo citado, os indicadores também mostram aumento de 50% no ano passado em relação a 2016, quando a pasta contabilizou 129 mil notificações.

A região amazônica concentra mais de 99% dos casos notificados no Brasil. O Amazonas é o estado com o pior cenário do País, com 35.688 notificações, seguido por Pará (21.122) e Acre (15.525) entre janeiro e junho deste ano.

O Ceará é o terceiro estado do Nordeste, com 13 notificações, atrás da Bahia (79) e do Maranhão (583) no mesmo período. Conforme as estatísticas federais, foram 14 suspeitas em 2017 e 15 em 2016. Porém, os dados da Sesa referentes aos últimos dois anos são diferentes: 13 em 2017 e 22 em 2016.

Pâmela Linhares, técnica do Núcleo de Vigilância Epidemiológica (Nuvep) da Sesa, explica que as notificações englobam casos suspeitos de malária que podem não se confirmar. Sobre o que poderia ter causado o aumento de suspeitas este ano, ela aponta: "Vivemos num estado que tem tríplice circulação: dengue, chikungunya e zika. São doenças que se parecem em relação aos sintomas da malária. Fortaleza também é um dos principais destinos turísticos do País, recebe um volume maior de pessoas. Então, está tendo uma vigilância mais ativa e temos pessoas que vêm de áreas endêmicas. Isso pode ter aumentado o número de notificações".

Infectologista e professora da Universidade Federal do Ceará (UFC), Terezinha do Menino Jesus Leitão explica que é preciso ter atenção aos casos de malária, uma vez que há presença do vetor da doença o mosquito Anopheles tanto no litoral quanto no interior do Estado, o que pode provocar um surto da doença.

Para ela, o aumento das notificações pode ser atribuído a uma maior vigilância e ao acesso mais rápido aos diagnósticos. Cortes no sistema de saúde e um maior desmatamento também podem ter impacto nos números, na avaliação de Terezinha.

Postar um comentário

0 Comentários