O projeto, criado pela Secretaria de
Cultura de Crato, prevê a permanência dos bares, que serão reformados, a
criação de um anfiteatro, um delicatessen, que será entregue à comunidade, e a
restauração da antiga casa de força da usina hidrelétrica, inaugurada no dia 4
de dezembro de 1938, que produziu, pela primeira vez, a energia elétrica no
Cariri. "Vamos restaurar as ruínas e organizar o maquinário. Também vamos
colocar totens com a historiografia do local", explica o titular da Pasta,
Wilton Dedê.
Dentro do espaço, será feito uma
lâmina d'água com figuras emblemáticas da cultura do Cariri e, nela, também
serão contadas histórias, como a lenda da pedra da Batateira. "Vamos
colocar figuras de fibra, como a mãe d'água, e figuras do lendário negro, pois
lá no Sítio Luanda tem resquícios de quilombos reconhecidos pelo IBGE. Também
vamos lembrar a história das telhas d'água", acrescenta Dedê. Paralelo a
este projeto, também há outra proposta, ainda sem o mesmo avanço, de colocar a
usina para funcionar novamente.
Na década de 1980, o Balneário da
Nascente foi criado às margens do Rio Batateira. De lá pra cá, houve manutenção
física, mas, nos último anos, está abandonado. A antiga casa de força da usina
está em ruínas e o maquinário desprezado. O mau cheiro é latente, já que o
espaço serve como um "banheiro" para os visitantes. No corredor da
passagem de água, o mato avançou.
Por enquanto, não há recurso para
iniciar a reforma, mas a Prefeitura espera conseguir R$ 2 milhões através de
uma emenda parlamentar e o mesmo valor através da Secretaria Estadual de
Turismo. No entanto, o projeto arquitetônico, inclusive em 3D, já foi
finalizado. "Este dinheiro não está aportado, mas foi prometido. É
aguardar o término da eleição para buscar os aportes financeiros",
completa.
No último dia 11 de setembro, o MPCE
convidou as secretarias de Cultura, Turismo, Infraestrutura, Meio Ambiente e
Administração para discutir questões referente ao local. A principal
preocupação é que não há nenhuma regularização fundiária.
"Nosso viés é quanto à
regularização e a preservação ambiental. A gente quis delimitar quais as
secretarias que têm responsabilidade sobre os equipamentos e áreas do
local", explica o promotor Thiago Marques Vieira.
Viabilidade
A Prefeitura Municipal fará o
georreferenciamento do local. Em seguida, deve se reunir com órgãos ambientais
e ver a viabilidade do projeto. "Feito isso, partimos para o projeto
executivo que a Secretaria de Infraestrutura já está trabalhando", explica
Wilton Dedê.
Uma comissão foi criada para
acompanhar o projeto formada pelo Geopark Araripe, pela Sociedade Anônima de
Água e Esgoto do Crato (SAAEC), Universidade Regional do Cariri (URCA),
Associação de Moradores do Sítio Luanda e pelas secretarias municipais.
ANTONIO RODRIGUES
COLABORADOR
Fonte: Diário do Nordeste
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