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O maior inimigo de Ciro é o PT

Quis o destino, essa entidade irônica quando o assunto é política, que o PT do Ceará chegasse ao poder no Ceará graças ao apoio do ex-governador Cid Gomes, hoje no PDT, que na véspera das convenções em 2014 escolheu Camilo Santana para concorrer à sucessão.

É que durante muitos anos o petismo cearense viu na figura de Ciro, o irmão mais velho dos Ferreira Gomes, o seu maior inimigo, especialmente quando este, ainda no PSDB de Tasso Jereissati, ocupou os cargos de prefeito, governador e ministro da Fazenda.

É bem verdade que em Sobral a parceria já rendia frutos, mas nada que indicasse uma afinidade ideológica, digamos assim, mais profunda. De todo modo, a condição de aliado dos governos de Lula possibilitou uma maior aproximação entre ciristas e petistas que, em contrapartida, aderiram ao governo Cid.

Tudo ia bem até que em 2009 Ciro – então no PSB – a pedido de Lula, mudou seu domicílio eleitoral para São Paulo e acabou sem legenda para disputar a Presidência no ano seguinte, quando Dilma foi eleita.

Agora, pela primeira vez, Ciro é candidato sem que o PT tenha um nome viável. Preso e impedido de concorrer, Lula no máximo poderá indicar um substituto que, mesmo assim, terá dificuldades, como apontam as pesquisas. Pela lógica, se apoiasse Ciro, a esquerda teria maiores chances, dado o cenário fragmentado da disputa.

Assim, o PT mais uma vez se faz obstáculo para Ciro. Impediu que PSB e PCdoB o apoiassem. O maior inimigo hoje do projeto presidencial dos ciristas, por incrível que pareça, não é o PSDB ou Bolsonaro (adversários naturais, portanto, de onde se espera o combate), mas o PT.

Por isso, ironia do destino é que seja o PT, no Ceará, de longe o maior beneficiado na aliança com o PDT de Ciro e Cid Gomes. Tem o governo do Estado, ainda que seja como inquilino, e fecha as portas do Planalto para os parceiros.

Por Wanderley Filho, na Tribuna do Ceará

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