Os últimos
movimentos do ex-prefeito de São Paulo Fernando Haddad (PT) apontam que o
petista vai se consolidando como alternativa a Luiz Inácio Lula da Silva na
corrida eleitoral de 2018.
O passo mais
recente dessa caminhada foi a inclusão do petista, a pedido do próprio Lula,
como parte da equipe de advogados do ex-presidente que o visita regularmente em
Curitiba, onde está preso desde o início de abril pela Operação Lava Jato.
Condenado em
segunda instância pelo Tribunal Regional Federal (TRF-4) por corrupção no caso
do triplex de Guarujá, Lula está enquadrado na Lei da Ficha Limpa, que veda a
participação de candidatos que tenham sido alvo de sentença apresentada por
órgão colegiado.
O PT,
entretanto, mantém o seu nome na disputa. O partido se guia por dois
movimentos. Publicamente, defende a candidatura do ex-presidente ao Planalto.
Internamente, porém, a legenda não apenas tem promovido aproximação cada vez
maior entre Lula e Haddad, como autorizou que o ex-prefeito de São Paulo assuma
negociações e conversas com outras siglas.
Na prática,
Haddad vai assumindo funções de candidato caso a postulação de Lula seja
frustrada pela Justiça. Na última semana, o partido entrou com duas ações no
Supremo Tribunal Federal (STF) pedindo a suspensão da prisão. Uma foi negada e
a outra não tem data para entrar na pauta da Corte.
Formado em
Direito pela Universidade de São Paulo (USP), Haddad tem duas dificuldades
principais pela frente: uma, eliminar resistências intrapartidárias a seu nome
— uma ala do PT advoga apoio a outra candidatura do campo da esquerda, como a
do ex-ministro Ciro Gomes (PDT).
O segundo
obstáculo são os baixos índices exibidos pelos institutos de pesquisas de
intenção de voto. Neles, o ex-prefeito patina entre 1% e 2% nos cenários
testados.
Como
defensor, Haddad terá trânsito livre à sala onde Lula é mantido na carceragem.
Formulador do plano de governo do petista, ele estreitou as discussões com o
ex-presidente, que escolheu apenas dois interlocutores na agremiação: além de
Haddad, a presidente do PT, senadora Gleisi Hoffmann.
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