O ministro-chefe da Casa
Civil, Eliseu Padilha, afirmou nesta quinta-feira (31) que quem paga a conta
sempre é o cidadão e que a situação da greve dos caminhoneiros chegou a estar
em um quadro calamitoso.
Segundo o ministro, quem
pagará pelos subsídios é a sociedade brasileira como um todo, já que o governo
"não fabrica dinheiro, administra". "Quem paga a conta no final
sempre é o cidadão, sempre é o contribuinte", disse.
Padilha também afirmou
que o Orçamento ficou comprimido pelos benefícios dados aos caminhoneiros e que
demandas de outras categorias podem ficar comprometidas. "O governo fez
esforço hercúleo para poder chegar aos números. Nós temos acima de R$ 12
bilhões de encargos que foram assumidos até o final do ano para podermos
superar este movimento paredista dos caminhoneiros", afirmou.
"Óbvio que o
governo não se nega a dialogar, mas muitas coisas podem ser feitas que também
não signifique em um primeiro momento o desembolso orçamentário que neste
momento é indisponível. Temos que ter a clareza de que o orçamento ficou muito
comprimido em decorrência destes compromissos que foram assumidos",
disse.
Para compensar o
subsídio de R$ 9,6 bilhões à redução do preço do diesel e a redução de tributos
incidentes sobre o combustível, o governo tomou medidas que, na prática,
elevarão a arrecadação de impostos de exportadores, indústria de refrigerantes
e indústria química.
Ainda foram reduzidos
recursos, por exemplo, para programas ligados às áreas de saúde e educação.
Ao lado da aprovação da
reoneração da folha de pagamento, que já foi votada na Câmara, as medidas
permitirão um ganho de R$ 4 bilhões, o que compensará as medidas que reduzirão a
tributação do diesel: a isenção da Cide e a redução de R$ 0,11 do PIS/ Cofins.
Questionado sobre se o
Congresso não derrubaria os vetos feitos pelo presidente Michel Temer ao
projeto da reoneração da folha de pagamento, o ministro afirmou que o governo
"tinha que negociar com agilidade" e que acredita que o governo terá
a "compreensão do Congresso".
"Nós tínhamos que
dar uma solução, diante de um quadro que era calamitoso. Nós tínhamos risco de
desabastecimento para hospitais, supermercados, para todo o setor primário,
risco apara o abastecimento generalizado", disse Padilha.
O projeto que chegou ao
Palácio do Planalto mantinha 28 setores desonerados e zerava o PIS/Cofins,
tributo sobre o diesel. Nos vetos, Temer onerou outros 11 setores e vetou a
isenção do imposto.
O relator do projeto na
Câmara, Orlando Silva (PCdoB-SP), por exemplo, afirmou que vai trabalhar para
derrubar o veto presidencial.
Fonte: Folha.com
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