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O maior adversário de Camilo está dentro do PT


Da Coluna Política, do jornal O Povo da última sexta-feira (15), assinada pelo jornalista Érico Firmo, uma boa avaliação do cenário sucessório onde Camilo Santana (PT), pelo visto, dorme com inimigos declarados em sua casa partidária. Confira:

A postura de Camilo Santana (PT) em relação a Ciro Gomes (PDT) na campanha presidencial produz previsível conflito dentro do partido do governador. No O POVO de terça, o colega Eliomar de Lima mostrou que a ex-prefeita Luizianne Lins (PT) está disposta a enfrentar Camilo em disputa interna para a definição do candidato a governador pelo partido. Isso no caso de Camilo apoiar Ciro no lugar de Luiz Inácio Lula da Silva (PT). Presidente do PT em Fortaleza por mais dez dias, Acrísio Sena fez pronunciamento na Câmara no mesmo dia, no qual respondia a Luizianne. Ele minimizou diferenças entre Ciro e Lula. “Não são duas candidaturas antagônicas, mas dois candidatos de centro-esquerda, que se contrapõem à política conservadora, neoliberal e autoritária dos apoiadores de Temer”. Acrísio disse que o PT precisa “compreender e absorver” as especificidades de cada Estado. A disputa está narrada nas colunas do Eliomar nos dois últimos dias.

Em bom português, Acrísio disse que o partido precisa entender que o líder do grupo que governa o Ceará é Ciro. Que o partido não estaria no poder não fosse pelo PDT. A polêmica não é nova. Na verdade, tem se dado em todas as últimas eleições, desde que o grupo de Luizianne e o de Ciro e Cid Gomes passaram a se estranhar. Agora, porém, é mais sério. Afinal, Ciro concorre a presidente.

No ano passado, muito se disse e se discutiu sobre a posição de Camilo em relação a candidatura de Ciro. Há alguns meses, com Lula ainda solto, perguntei ao governador sobre o assunto e a resposta não poderia ter sido mais Camilo Santana: “No momento que o Brasil vive, é fundamental a contribuição do Ciro e é fundamental a contribuição do Lula”. Insisti e ele ressaltou: “Não estou falando de candidatura”. Eu perguntava, claro, sobre candidatura. O equilibrismo da resposta parece não dizer nada, mas é revelador de um modo de ação. Como já escrevi nesta semana, eu apostaria nesse equilibrismo na próxima campanha.

Com um fator extra: Lula não será candidato, salvo uma tremenda reviravolta. Então, a questão que está colocada é entre Ciro e algum candidato do partido que não se sabe nem quem será. Nesse meio do caminho, Acrísio será substituído na presidência do PT de Fortaleza por Deodato Ramalho, aliado de Luizianne.

Pela correlação de forças do PT, até a ex-prefeita sabe que é impossível tirar de Camilo a candidatura. A eventual disputa interna, todavia, seria desgaste imprevisto. Instabilidade num cenário que não apresenta adversário que tenha se mostrado até agora competitivo. Pelo histórico e o peso político, Luizianne é uma oponente mais difícil de enfrentar que qualquer dos candidatos colocados para disputar o governo com Camilo.

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