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Expocrato ganha um espaço mais planejado

O Governo do Estado afirma que o espaço para shows será o maior equipamento do tipo no Nordeste

Seis construtoras dão maior dinâmica à reforma, com mais de 300 trabalhadores, para concluir a tempo da realização da Exposição ( Foto: Antonio Rodrigues )  por Antonio Rodrigues - Colaborador


Crato. Com quase 60 anos de construção, o Parque de Exposições Pedro Felício Cavalcante está sendo reformado para 67ª edição da Exposição Centro Nordestina de Animais e Produtos Derivados, a Expocrato, que começa no dia 14 de julho. Com área total de intervenção de 33.605,40 m² e orçada em R$ 35 milhões, a obra ampliará a área de circulação e busca desafogar o trânsito, uma das principais reivindicações durante o período do evento. O espaço de shows terá para mais de 30 mil pessoas. O Governo do Estado afirma que este será o maior equipamento do tipo no Nordeste.

A reforma inclui novas edificações, como a Administração do Parque, dormitório para os tratadores (144 camas), instalações sanitárias, arquibancada, edifício para entidades, centro de manejo, marquises polivalentes, restaurantes, museu, área para artesanato, engenho e renovação dos pavilhões existentes e toda a parte viária e de currais. São 4.434,30 m² de reformas e um acréscimo de 11.137,50m² em novos edifícios.

Além disso, haverá uma pista de "kiss and go", onde motoristas realizarão embarque e desembarque sem atrapalhar o trânsito. No entanto, a praça Coronel Filemon Teles, em frente à entrada principal, foi demolida para o alargamento da Rua Rui Barbosa. Toda pavimentação asfáltica no local já foi concluída. Nesse caso, a Praça será deslocada para dentro do Parque, mudando formato e estrutura.

Avenida

Uma planta da reforma, divulgada na última semana, revelou que deve ser construída uma avenida de mão dupla no entorno do equipamento. A via teria início ao lado da Delegacia Regional do Crato, na Rua Rui Barbosa, e contornaria a área de shows, até a Rua Carolino Sucupira, vizinho ao Ginásio Poliesportivo da Universidade Regional do Cariri (Urca). O Departamento de Arquitetura e Engenharia (DAE) não confirmou a informação, mas o presidente do Conselho Municipal de Desenvolvimento Econômico, o empresário Geraldo Pinheiro, que acompanha a obra, garantiu.

Segundo ele, além da avenida, será criado um estacionamento com capacidade para 350 veículos e a área de shows terá grandes mudanças, oferecendo uma acentuada melhoria na acessibilidade. "Tenho frequentemente visitado as obras. Ele está passando por uma grande transformação, projetado para dar acesso fácil. A acessibilidade está sendo priorizada", conta.

Geraldo Pinheiro explica que a preocupação do Conselho era o prazo para conclusão da reforma até o início da Expocrato, mas este medo foi descartado, já que os trabalhos estão sendo feitos simultaneamente no Parque de Exposição e espaço de shows. "Tem seis construtoras dando maior dinâmica. Mais de 300 trabalhadores", descreve.

O empresário afirma que, do antigo Parque de Exposições, foi mantido o picadeiro e o pavilhão de animais, que agora atenderá a legislação trabalhista com a inclusão dos dormitórios para os tratadores. "Os galpões estão avançados. Terá espaços para venda de bebida, para os estandes comerciais e lojas de artesanato", conclui Geraldo.

Início

Numa tarde de maio de 1944, no Café Isabel Virgínia, o prefeito em exercício de Crato, Wilson Gonçalves, debatia com seu cunhado, o professor Pedro Felício Cavalcante - que depois se tornaria também prefeito -, a criação de um evento que pudesse marcar o calendário da cidade e que a economia local pudesse ser dinamizada. "Um evento de peso", conta o professor e historiador Iarê Lucas Andrade. Surge a ideia de criar a Exposição Agropecuária Crato.

Na época, um evento deste tamanho, que abrangesse criadores de todo o Nordeste parecia grande demais para um município do interior. Mas o gestor se apoiou na ideia do Crato ser uma cidade ordeira, civilizada e moderna. "A cabeça de comarca. Essa marca que seria de uma cidade protagonista no Interior, de um pioneirismo regional", explica Iarê. No retorno da capital, com evento aprovado, ele foi recebido com grande festa na estação ferroviária, incluindo banda de música. A partir daí, se reuniu com a Diocese de Crato para escolher o local da primeira exposição. O terreno destinado à Feira Agropecuária foi um bosque no Sítio Caridade, onde hoje fica o prédio da reitoria da Urca. No dia 21 de junho de 1944 acontece a primeira edição, tendo como patrono Pedro Felício Cavalcante, que 9 anos mais tarde batizaria o Parque de Exposições.

Sucesso

Inspirada em algumas exposições realizadas, principalmente, em Minas Gerais e Goiás, a Feira teve muito sucesso, contando com a presença do interventor do Ceará, Francisco Meneses Pimentel. Os primeiros gados de raça chegaram de trem, trazido de Fortaleza, mas comprados em Uberaba (MG). "Tinha gado do Cariri, mas, para dar destaque, busca-se de outras regiões", conta o professor.

No ano seguinte, o Mundo ficou mergulhado na crise do pós-guerra e, por isso, a edição não aconteceu, só retornando em 1953. Após o intervalo, mais duas edições anuais foram realizadas no antigo Parque Municipal, onde hoje está erguida a Praça Alexandre Arraes (Bicentenário). "Ainda que fosse um sucesso, dá pra perceber que se tratava de um evento pequeno se comparar com o que temos hoje", descreve Iarê.

Na gestão de Ossian Araripe, em 1955, foi inaugurado o Parque de Exposições Pedro Felício Cavalcante, local atual do evento. Na época, só havia a área de leilões, barracas, palco para shows e pavilhões. Alguns espaços foram reformados e criados ao longo dos anos. O cantor Luiz Gonzaga era presença marcante na festa. A Exposição Agropecuária do Crato passou a ser "Centro Nordestina", reconhecida pelos pecuaristas e representantes dos estados do Nordeste e até de Minas Gerais. A expressão "Expocrato", se popularizou no início deste século.

Em 2009, foi lançada, pelo então secretário de Desenvolvimento Agrário do Ceará, Camilo Santana, e confirmada pelo governador Cid Gomes, a ideia de construir um novo parque de exposições moderno, fora da cidade, sob o argumento que atual era pequeno para a dimensão do evento. A proposta gerou muitos protestos por parte da população. Em contrapartida, o local também serviria para a expansão física da Urca. Há o Geopark Araripe, a Residência Universitária, o Restaurante Universitário, o Ginásio Poliesportivo e alguns laboratórios.

"Muitos dizem que a cidade fica inviabilizada do ponto de vista urbanístico, as ruas engarrafadas, não suporta o volume de veículos num bairro residencial, praticamente no Centro", completa Iarê. Nove anos depois de propor um novo parque, Camilo Santana, em sua gestão, iniciou a sua reforma e idealizou a criação da avenida no entorno. Os shows gratuitos que antes eram realizados no picadeiro, ganharam caráter de festival.

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