O ex-ministro Cid Gomes (PDT) afirma que o governador Camilo Santana (PT) “se viu na obrigação” de procurar Eunício Oliveira (PMDB) para liberar recursos planejados pelo Estado. Segundo o ex-governador, Camilo teria sido orientado a buscar o peemedebista diversas vezes ao buscar liberação de financiamentos em Brasília.
“O Estado tinha três ou quatro financiamentos que estavam lá parados nas repartições, nas instâncias de governo. O Camilo ia lá ao governo e tentou agilizar, mas as pessoas sempre diziam ‘procure o senador Eunício, procure o senador Eunício’”, disse. “Ele se sentiu na obrigação de procurar e, enfim, a partir desse diálogo tem havido aí a liberação”, disse.
A entrevista ocorreu nesta segunda-feira, 23, durante cerimônia de comemoração dos 45 anos da Universidade do Vale do Acaraú (UVA). Durante o evento, Cid destacou caráter institucional e bilateral das relações Camilo-Eunício. “[Com os financiamentos] a administração do Camilo pode realizar mais, mas pela lógica inversa Eunício cumpre seu dever de apoiar seu Estado”.
Eunício e Lula “é natural”
Na entrevista, Cid também classificou como “natural” anúncio de voto feito por Eunício ao ex-presidente Lula, caso ele seja candidato em 2018. “Todas as vezes que o Lula foi candidato, ele [Eunício] votou nele, então vejo com uma certa coerência essa manifestação, não tem muita contradição”, avalia o ex-ministro da Educação.
Questionado se o apoio de Eunício não seria contradição por conta do apoio dele ao impeachment, Cid é direto: “A Dilma não é o Lula”. “Tem muita gente que diz assim. O Lula tem grandes virtudes de líder, de carisma, mas a Dilma é uma pessoa menos complacente com a corrupção. Acho que o Lula já tem mais uma visão pragmática de convivência com isso”.
Fonte: O Povo
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