O aumento das denúncias de casos
de corrupção envolvendo nomes do primeiro escalão do governo, a melhora da
economia que não é sentida pela população e a rejeição crescente às reformas da
Previdência e a trabalhista têm contribuído para o aumento das intenções de
voto no ex-presidente Lula segundo a Central Única dos Trabalhadores (CUT). Pesquisa encomendada pela Central e divulgada hoje pelo Instituto Vox Populi
mostra que Lula venceria com larga vantagem todos os candidatos na eleição de
2018 tanto no primeiro quanto no segundo turnos.
A sondagem foi realizada com 2
mil pessoas em 118 municípios entre os dias 6 e 10 deste mês e tem margem de
erro de 2,2% para menos ou para mais. Se o segundo turno, fosse hoje, Lula
venceria Aécio Neves (PSDB) por 50% a 17%, Marina Silva (Rede) por 49% a 19% e
João Dória (PSDB) por 53% a 16%. O mesmo evantamento mostra um dado preocupante para o governo. A avaliação negativa do presidente Michel
Temer, que atingiu 55% na última sondagem do instituto subiu agora para 65%,
com apenas 5% dos entrevistados considerando boa ou ótima sua gestão. No
Nordeste, no entanto, a desaprovação de Temer disparou para 78%. Da mesma
foram, 93% das pessoas ouvidas desaprovam as medidas que vêm sendo anunciadas
na reforma da Previdência.
Para o secretário adjunto de Relações Internacionais
da CUT, Ariovaldo Camargo, os números falam por si e demonstram o aumento da
popularidade do ex-presidente Lula apesar de toda a onda de denúncias contra
ele que vêm sendo divulgadas sistematicamente pela grande mídia. "Você tem
um cenário que acaba favorecendo bastante esses números para o ex-presidente
Lula, que é o fato das aparições, nas últimas semanas, na mídia eleitoral do
próprio Partido dos Trabalhadores, bem como a participação dele na inauguração
da transposição do Rio São Francisco na Paraíba, demonstrando, principalmente
para a população de baixa renda, qual era importância que o presidente Lula
dava, um olhar para os menos favorecidos. Somando-se a isso toda a onda de
avalanche de denúncias contra todos os outros pré-candidatos, que apareciam até
então de uma candura intocável, como Aécio Neves, Geraldo Alckmin, isso faz com
que as pessoas tenham uma percepção e sentir saudade do período em que o
presidente Lula estava no comando da economia do país", diz o
secetário-adjunto da CUT.
Camargo afirma que essa comparação se dá com a
realidade de agora, de desemprego bastante elevado, de inflação que, embora em
queda, não melhorou o padrão de vida dos brasileiros, uma vez que não há
consumo e as famílias seguem endividadas. "As pessoas começam a perceber
que nunca estiveram num período tão ruim como estão agora, se comparados aos
oito anos em que o presidente Lula estava no comando da política e da economia
desse país. Isso faz com que as pessoas sintam saudade daquele momento. Quando
do processo de impeachment da presidenta Dilma, Temer se apresentava como sendo
algu.ém que ia colocar o país de volta no caminho do crescimento, do emprego,
da valorização do salário. A população não sente isso e, ao não sentir isso, vê
que as reformas destroem os direitos que os trabalhadores conquistaram ao longo
da sua história", conclui o dirigente sindical, que cita os equívocos da
reforma da Previdência e da trabalhista.
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