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Vício em WhatsApp e Facebook aumenta chance de divórcio

A cena é comum e cada vez mais frequente: um casal está em um mesmo ambiente - um restaurante ou um sofá-, próximos, mas um deles não presta atenção no parceiro, está com a cabeça baixa, com os olhos e as mãos dirigidos à tela de um celular. A outra parte tenta puxar assunto, manter o contato visual, mas não tem resposta. E o que se segue, naquele momento ou em outro mais adiante, é uma discussão que desgasta a relação e pode levar até mesmo ao rompimento do casal. É o que mostra uma pesquisa recentemente divulgada e que conclui que quanto mais interação no WhatsApp ou no Facebook uma pessoa tem, maior é a chance de que essa pessoa acabe com seu casamento ou namoro. 

O estudo foi conduzido pelo professor James A. Roberts, da Universidade de Baylor, nos Estados Unidos, e reportado ontem pelo site espanhol do jornal El País. A pesquisa concluiu que 46.3% dos 453 adultos entrevistados já haviam sido ignorados ao menos um vez pelos seus companheiros e 22,6% declararam que a prática de ignorar o parceiro ao lado para interagir com o celular é fonte de conflito para o casal.

Roberts observou que há dois motivos principais para que a prática de ignorar o parceiro ao lado (prática que em inglês já tem um nome: phubbing) tenha um impacto negativo para o casal. Primeiro, porque o tempo em que permanecemos conectados a um tela - seja de computador, tablet ou celular - não está sendo empregado em fazer algo significativo para unir o casal. Segundo, porque o hábito gera um mal estar que conduz, "irremediavelmente" de acordo com o especialista, a conflitos e a uma deterioração da relação. Além de que, as pessoas que sofreram o phubbing tendem a se sentir deprimidas (a pesquisa mostrou que 36,6% das vítimas da prática experimentaram esta sensação pelo menos uma vez). 

"Na realidade, o problema se dá quando existe uma descoordenação no casal, quando uma das partes experimenta uma sensação de falta de atenção (por parte do outro)", explicou o psicólogo Enrique Huete, professor da Universidad Cisnero, em Madri, citado pelo El País. "Há outros casos em que os dois membros do casal utilizam muito o celular na companhia do par ou que só se comunicam pelo WhatsApp, mas que não se sentem agredidos pois estão em igualdade. Há um consenso", completou Huete. 

O psicólogo afirmou que cada vez mais tem tratado em sua clínica pessoas que desenvolveram alguma espécie de dependência do celular, e que o phubbing é um motivo de reclamação crescente quando um casal procura uma terapia. "São muitas queixas de que o outro sempre está ao telefone e não presta atenção. Curiosamente, são os homens que mais se queixam. Porém, não posso dizer que esse é um problema que demande uma terapia (de casal). Mas com certeza é um problema que influencia na procura por ajuda", disse.

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