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Perante Moro, Cunha envia mensagens ao STF e Temer

Num depoimento detalhado com cifras na ponta da língua sobre suas contas no exterior e a movimentação de cartões de crédito de familiares, Eduardo Cunha fez três movimentos importantes ao se apresentar ontem perante o juiz Sérgio Moro, na 13ª Vara Federal de Curitiba.

O ex-presidente da Câmara buscou dar argumentos a Moro para obter eventual soltura. Cunha sabe que isso será difícil, diante do rigor do juiz federal de Curitiba. No entanto, o discurso mirava outro julgamento, previsto para hoje no STF (Supremo Tribunal Federal).

O ministro Edson Fachin levará ao plenário do Supremo pedido da defesa de Cunha para responder às acusações em liberdade. Ontem, o ministro Gilmar Mendes fez crítica às longas prisões provisórias em Curitiba, algo defendido pelos investigadores da Lava Jato, mas criticado por boa parte do mundo jurídico. A fala de ontem de Cunha teve o objetivo de levar argumentos diretamente dele ao STF.

O segundo movimento importante foi inocentar a mulher e a filha de responsabilidade pelo uso de cartões de crédito, dizendo que gastos eram autorizados por ele e que também se responsabilizava por todas as declarações de Imposto de Renda dos familiares. Ou seja, assumiu toda a responsabilidade e isentou a família. Acusações contra a mulher e uma filha sempre o preocuparam.

De novo, Cunha subiu o tom em relação ao presidente Michel Temer. Ele disse que, na epóca em que o atual presidente da República comandava o PMDB, Temer participou de reuniões no governo Lula para discutir indicações para cargos na Petrobras. Ao dizer que Temer errou ao responder em ofício a Moro que não participara dessas reuniões, Cunha procurou envolver o atual presidente com indicações para a Petrobras.

É um recado para cobrar socorro do governo. Nos bastidores, funciona como uma ameaça, porque ele diz que se reunia com frequência com Temer e outros peemedebistas. Afirma que todos estavam cientes dos pedidos políticos do PMDB. Nas conversas reservadas, Temer declara ter segurança de que não há nada comprometedor que tenha feito e que Cunha possa revelar. O presidente se diz seguro em relação a isso.

Mas a fala de Cunha a Moro funciona como uma cobrança por empenho do governo e do PMDB para ajudá-lo no STF. No entanto, é difícil entregar essa mercadoria num colegiado de 10 ministros. Será uma surpresa se o STF mandar soltar Eduardo Cunha.

Em resumo, ele fez três movimentos importantes. Procurou dar argumentos ao STF, isentou a família de responsabilidade e mandou nova mensagem ao Palácio do Planalto.


Fonte: Blog do Kennedy Alencar

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