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CE pode viver epidemia de chikungunya em 2017

 FOTO: NATINHO RODRIGUES
O ano de 2016 presenciou um surto de febre chikungunya no Ceará, doença que até 2015 havia registrado poucos casos no território estadual. Transmitida pelo mosquito Aedes aegypti, a enfermidade foi detectada em 172 dos 184 municípios cearenses, ou seja, 93,5% das cidades notificaram pelo menos um caso, conforme o último boletim da Secretaria da Saúde do Ceará (Sesa). De janeiro a dezembro passados, o Estado contabilizou 48.085 suspeitas da doença, tendo 29.837
(62% do total) evoluído para confirmações. Apenas 12 municípios, como Itarema, Tejuçuoca e São João do Jaguaribe, não registraram nenhum caso da doença. Quando o quesito é confirmação, 45 cidades conseguiram evitar a enfermidade, embora 75,5% do Estado tenha sido afetado por ela. Nesse caso, destacam-se onze municípios, dentre Nova Russas, Pentecoste, Crateús, Campos Sales, Hidrolândia e Quixadá, que apresentaram incidência acima de mil casos por 100 mil habitantes. No Estado como um todo, a média de confirmações para a doença ficou em 335 por 100 mil habitantes.
No ano passado, também foram confirmados 19 óbitos em decorrência da patologia, quando, no total, foram notificados 68. As investigações descartaram 20 mortes e outras 29 ainda estão sendo apuradas. A Capital cearense acumulou o maior número de pessoas infectadas pela chikungunya. Foram 17.393 casos confirmados em 2016, seguidos pelos municípios de Crateús, com 1.215 casos; Nova Russas e Quixadá, com 1.210 casos cada; e Caucaia, com 1.148 ocorrências. Em número de óbitos, o município de Fortaleza também fica em primeiro, com 14 vítimas; Caucaia e Quixadá vêm depois, com duas mortes cada, e Crateús, com uma.
Levando em consideração os últimos dois anos, chama atenção a rapidez com que a doença incide sobre o Estado, levantando o alerta para 2017. Segundo perspectivas da Sesa, conforme ressalta a Técnica do Núcleo de Controle de Vetores, Ricristhi Gonçalves, o Ceará terá mais casos de chikungunya este ano que o registrado em 2016, uma vez que o vírus continua circulando e havendo, ainda, muitas pessoas suscetíveis à doença. "Podemos ter muitas pessoas adoecendo, mas estamos tentando minimizar esses riscos, fazer com que a gente não tenha tantas pessoas doentes e, se tiver, que não tenha óbito nenhum. Todo o nosso trabalho de combate ao Aedes aegypti é focado nisso", afirma.
Por não haver uma incidência considerável de casos em 2015, conforme esclarece a técnica, o parâmetro para análise dos casos será com o registro de 2016. Para este ano, acrescenta, o Estado dará continuidade nas ações de combate ao mosquito transmissor já realizadas pela Secretaria da Saúde.
Entre elas, no que compete ao Estado e aos municípios, está a ação das brigadas em prédios públicos estaduais. "O foco é supervisionar essas brigadas, fazer as visitas nos prédios públicos, adquirir mais equipamentos, como os fumacês portáteis e telas de nylon para os grandes depósitos, serão mais 5 mil rolos para esse ano", diz. Também
Ricristhi Gonçalves diz ainda que as visitas residenciais continuarão, com mais participação das forças armadas, e também nas escolas. "Em relação à população, estaremos dando as mesmas orientações de sempre. São ações simples que necessitam ser feitas pelo menos uma vez por semana, principalmente nesse período de férias, quando deixam as casas fechadas. É preciso ter muito atenção com o que está deixando dentro da casa, algum local que possa acumular água, nos quintais, pois quando retornar pode ser surpreendido pelo mosquito".
Recurso
Para reforçar as ações de combate ao mosquito Aedes aegypti, o Ministério da Saúde repassará aos estados brasileiros R$ 152 milhões extras, sendo 7,5 milhões destinados ao Ceará, beneficiando os 184 municípios. O recurso foi garantido em portaria publicada na última quinta-feira (29), sendo liberado em duas etapas.
Na primeira, repassada na data de publicação da portaria, o Ceará foi beneficiado com o montante de R$ 4,5 milhões. O recebimento da segunda parcela, de R$ 3 milhões, está condicionado ao cumprimento de critérios, com informações divulgadas pelas secretárias de saúde ao Ministério até 30 de junho deste ano.
Neste caso, os municípios deverão realizar o Levantamento Rápido do Índice de Infestação por Aedes aegypti (LIRAa) para os casos de cidades com mais de 2 mil imóveis. Os que possuem menos de 2 mil imóveis precisarão realizar o Levantamento de Índice Amostral (LIA).
Ainda de acordo com os critérios, as cidades sem infestação do mosquito deverão realizar monitoramento por ovitrampa ou larvitrampa e, excepcionalmente, serão consideradas as metodologias alternativas de levantamento de índices executados pelos municípios, desde que essas informações sejam repassadas ao Governo Federal. (Colaborou Nicolas Paulino)

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