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Quixeramobim,CE - Cidade se mobiliza contra aumento na Câmara Municipal

Foto: Paulo Simião
A sessão da Câmara de Vereadores deste Município do Sertão Central, ontem, foi marcada pelo protesto da população contra um aumento de R$ 2 mil no salário dos parlamentares. Houve tumulto e a Polícia chegou a ser acionada. No fim, a decisão foi revogada. Segundo a proposta, o salário dos 15 vereadores de Quixeramobim passaria de R$ 6 mil para R$ 8 mil. O aumento iria gerar um custo adicional de R$ 120 mil por mês no orçamento da Casa, somente para que a Câmara conseguisse pagar os proventos dos parlamentares a partir de 1º de janeiro de 2017.
Revoltada, a população lotou o espaço. Professores, funcionários públicos, representantes de organizações e entidades estavam entre o público presente. As sessões ocorrem há algum tempo no salão paroquial da Igreja, devido à pequena capacidade do salão da Câmara. Todos os assentos estavam ocupados. A sessão chegou a ser interrompida para que membros da comunidade pudessem expor sua opinião. Quase 20 pessoas falaram no espaço aberto e se posicionaram contra o reajuste. Com o tumulto, a Polícia foi acionada quando a sessão estava pela metade. Ao todo, a discussão entre parlamentares e a população durou cerca de quatro horas. Ninguém foi preso.

O cooperado Wildon Erlândio Sousa Silva disse trabalhar 9h por dia e ganhar R$ 790 líquido. Ele contestou o aumento e o salário dos vereadores. "Como é que tem pessoas que ganham um salário mínimo e os vereadores, que só vão uma vez na semana, iriam ganhar um salário desses? Um professor daqui vai pra uma sala com mais de 40 alunos pra ganhar em média 900 reais, não tem como isso ser aceitável", argumentou.
A proposta do aumento entrou em discussão e foi aprovada na quarta-feira. Dois dos 15 vereadores votaram contra. Rômulo Filho foi um deles. "Nossos servidores não têm aumento compatível. Estamos vivendo uma crise, então não é o momento de aumentar o salário dos vereadores", disse.
No seu pronunciamento o presidente da Casa, vereador Everardo Júnior, justificou que a decisão do aumento foi acordada por todos os parlamentares. "Por lei, esta legislatura é que deve aprovar ou desaprovar o reajuste, pois, a gestão que vai se instalar não pode estabelecer aumento em favor próprio", disse.

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